Investing.com – O aumento no volume de negociações de Bitcoin, impulsionado pela aprovação dos Exchange Traded Funds (ETFs) relacionados à criptomoeda nos Estados Unidos, pode favorecer não só o principal ativo do mercado digital, cujo ano ainda deve ser marcado pelo halving, mas impulsionar outros tokens, incluindo Solana a Ethereum.
Essa é a opinião de Maximiliano Hinz, diretor de Expansão da Bitget para a América Latina, que tratou do tema em entrevista com o Investing.com Brasil. “O crescimento tem o potencial para ser algo que nunca vimos em termos de valores”, avalia. “É muito razoável ver os próprios tokens das exchanges terem um crescimento muito grande”, destaca.
Leia a entrevista:
Investing.com – Qual vem sendo a avaliação até o momento da repercussão e busca de institucionais pelos ETFs de Bitcoin?
Maximiliano Hinz – Ainda é cedo para fazer uma análise aprofundada do ETF. já que o BTC tem mais de 10 anos de história e o ETF apenas algumas semanas. Mas à primeira vista vemos que tem sido positivo. A partir de hoje, mais de 10 mil BTC estão sendo vendidos através do ETF, o que significa um aumento muito grande no volume de negociação do Bitcoin. Não podemos esquecer que embora o ETF não seja um Bitcoin do ponto de vista tecnológico, a regulamentação exige que os emissores sejam 100% lastreados, ou seja, para cada ETF BTC os emissores devem ter um BTC.
Inv.com – Acredita que a demanda deve ser de maior expansão ao longo do ano?
Hinz – É difícil prever estes movimentos com certeza. A realidade é que hoje o teto do BTC está em 68 mil dólares, que é o seu máximo histórico. Se conseguir quebrar essa barreira, então certamente veremos a procura continuar a expandir-se, uma vez que os investidores não irão querer perder a recuperação altista. Mas, novamente, é muito difícil saber o que vai acontecer no mercado.
Inv.com – Quais principais fatores podem impulsionar o BTC neste ano e há projeção da empresa sobre qual perspectiva de valorização com o halving?
Hinz – Os dois grandes fatores que entendemos que terão impacto são o halving e o ETF. Com a redução para metade a recompensa que os mineiros recebem é reduzida para 50% e com o ETF temos visto um aumento na procura. Se fizermos 2 + 2, entendemos que o preço vai subir pois com menos oferta e a mesma procura, há um aumento dos preços e se ainda por cima acrescentarmos agora que a procura não se manteve, mas sim aumentou, então o crescimento tem o potencial para ser algo que nunca vimos em termos de valores.
Inv.com – Quais outros ativos, além do BTC, podem ser destaque neste ano, e por quais motivos?
Hinz – São muitos os projetos que estão incubando um forte crescimento. Dentro da comunidade cripto, projetos como Solana estão tendo muito crescimento em suas cadeias e nos tokens que estão sendo desenvolvidos nelas. Ethereum tem uma longa história e ao mesmo tempo ouvimos rumores do ETF Ethereum, que, se existir, seria muito interessante ver o impacto que a entrada de capital institucional na ETH teria, considerando as grandes diferenças tecnológicas que possui com o Bitcoin. E finalmente é muito razoável ver os próprios tokens das exchanges terem um crescimento muito grande. Não esqueçamos que as exchanges são o coração desse crescimento, sem ir mais longe, o BGB (o token da Bitget) passou de custar 0,60 USD no final de janeiro de 2024 para ser negociado perto de 1 USD em 21 de fevereiro.
Inv.com – Como avalia as tratativas de regulamentação dos criptoativos nos países? São necessárias ou entraves?
Hinz – Na região ainda não existem regulamentações que tenham sido 100% criadas com base em cripto. Sim, é verdade que existem certas regulamentações que impactam, mas não são implementadas para a indústria.
É inevitável que cheguem, pois qualquer mercado precisa deles e, de fato, sem estas regulamentações o ETF de Bitcoin não existiria nos Estados Unidos. Mas o importante não é que as regulamentações existam, mas que sejam feitas com um critério positivo e permitam que a indústria se desenvolva e cresça, pois afinal se torna um benefício para todos. A indústria de criptomoedas emprega muitas pessoas e, à medida que a indústria cresce, a força de trabalho também aumenta. Vale lembrar que a América Latina é um polo muito importante para o desenvolvimento de criptomoedas, pois temos muitos profissionais na área e desenvolvemos grandes projetos.
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