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Charge: Terra arrasada e Tether de amarras soltas

Publicado 17.05.2022, 12:52
Atualizado 17.05.2022, 18:59
© Investing.com

Por Geoffrey Smith

Investing.com -- O mundo cripto sobreviveu a uma semana assustadora, mas o perigo não terminou.

O momento aparentemente incontrolável dos últimos dois anos entrou, surpreendentemente, em reversão, já que a maré vazante da liquidez mostra quem - na frase de Warren Buffett - estava nadando nu.

A "stablecoin algorítmica" TerraUSD e o seu ecossistema, que atraíram US$ 80 bilhões em recursos externos com promessas de retornos baseados no token de 20% ao ano, colapsaram na semana passada, com os pioneiros da adoção correndo para a saída mais próxima e largando a batata quente na mão dos recém-chegados, deixando para trás o habitual rasto de destruição e miséria de um esquema Ponzi.

De Kwon, o garoto-prodígio de Stanford nascido na Coreia e a mente por trás do conceito da TerrUSD, fez apelos em vão por maior apoio da sua "comunidade" na terça-feira, propondo inserir um "fork", ou uma divisão, no blockchain subjacente para, na prática, reestruturar o valor de todos aqueles que ainda têm seus tokens furados – perdão, "clássicos" – Terra.

As respostas (com algumas honrosas exceções), se resumiram a uma mensagem contundente: Vai se forkar.

A habilidade matemática de Kwon não pode ser posta em dúvida. Mas a falta de bom senso por trás do sistema Terra é inconcebível.

No seu cerne estava a promessa de resgatar várias formas de dinheiro digital sob demanda por dólares norte-americanos reais e concretos. No entanto, os ativos que amparavam o sistema não eram dólares, mas – na maior parte – Bitcoins, um ativo cuja correlação quase perfeita com as ações sem lucro de tecnologia com betas elevados está clara há anos. Qualquer situação estressante o suficiente para desencadear um aumento acentuado da procura por resgates deve – quase por definição – também matar o valor das suas reservas.

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A situação, como disse um dos que pularam do barco, é como se o banco central argentino tivesse tomado emprestado dólares do FMI em 2002 para criar uma indexação com o peso, e depois os alavancasse sobre a dívida podre brasileira para ser carregada.

Dos mais de 80.000 Bitcoins detidos pela Luna Foundation Guard – o grupo de investidores ao redor de Do Kwon – enquanto a indexação de Terra ainda estava em pé, apenas 313 permaneciam na terça-feira. O resto foi desperdiçado na tentativa de proteger a indexação, exatamente como aconteceu com o Banco da Inglaterra nos seus fatídicos esforços na defesa da libra esterlina 30 anos atrás (ou qualquer um dos bancos centrais asiáticos durante a crise de 1997).

A ironia de que isto ocorra com uma comunidade que não consegue abrir a boca sem ridicularizar as finanças tradicionais (o próprio Kwon disse a um entrevistador de forma sarcástica há apenas duas semanas que "há entretenimento em assistir empresas morrerem") dificilmente poderia ser mais perfeita.

Não está claro quem conseguiu e quem não conseguiu tirar o seu dinheiro da Terra a tempo. Relatos não confirmados sugerem jogo sujo, apontando para um número de grandes transferências de blocos a partir de contas controladas pelo LFG, mas as reivindicações foram negadas, não podem ser verificadas e a dinâmica de autorreforço de uma corrida bancária seria, em qualquer caso, explicação suficiente.

E uma corrida bancária, em formato ligeiramente modificado, é o risco mais provável enfrentado agora por um ativo cuja importância para os mercados financeiros mundiais é muito maior - o Tether.

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Durante a maior parte da história recente, o Tether - palavra que, em tradução livre ao português, significa cabos de amarração - tem sido a stablecoin mais importante do mundo, um ativo digital cujo valor foi fixado em paridade com o dólar. O seu principal objetivo é ser um lugar para estacionar o dinheiro digital entre especulações de criptomoedas ou outros ativos digitais, como os tokens não fungíveis (NFTs).

O valor de mercado do Tether atingiu US$ 83 bilhões apenas 10 dias atrás. No entanto, ele vem diminuindo de forma contante desde a morte da Terra. No final de terça-feira, em Nova York, o seu valor de mercado tinha caído para US$ 75,6 bilhões.

Grande parte disso é a contração natural da oferta geral de Tether, já que os especuladores resgatam os seus ativos cripto por dinheiro.

No entanto, ficou claro, a partir da oscilação do Tether no meio da semana passada, que se tratava de mais que isso. Alguns não acreditavam na capacidade da Bitfinex, dona do Tether, de pagar.

É revelador o fato de que, enquanto o valor de mercado do Tether tenha encolhido, o do USD Coin e da Binance USD, que desempenham papéis semelhantes nos seus respectivos ecossistemas, tenham subido num total agregado de cerca de US$ 5 bilhões. Os especuladores do mundo cripto estão demonstrando uma clara preferência por eles em relação ao Tether.

Isto não é surpreendente, dado que a Bitfinex, proprietária do Tether, foi multada em US$ 43 milhões no ano passado pelos reguladores norte-americanos por ter mentido durante três anos, até 2019, sobre o que realmente fundamentava a sua stablecoin. A última certificação de um contador sobre as reservas do Tether é de cinco meses atrás e foi emitida pela MacIntyre Hudson, uma firma de contabilidade com sede nas Ilhas Cayman.

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A título de comparação, a Circle, que opera a USD Coin, tem suas reservas auditadas mensalmente pela Grant Thornton nos EUA, e as detém inteiramente em caixa e títulos do Tesouro. Ela também usa o Bank of New York Mellon (NYSE:BK) e o Blackrock (NYSE:BLK) como depositários, de acordo com um post de blog do diretor financeiro da Circle, Jeremy Fox-Green.

O Tether atingiu um fundo de US$0,9335, antes de voltar à paridade com o dólar esta semana. O seu diretor-chefe de tecnologia, Paolo Ardoino, sustenta que nunca houve necessidade de os detentores aceitarem menos do que um dólar devido ao que chamou de "molho secreto" do Tether – referindo-se às suas reservas. Mas não há nenhum molho melhor do que a transparência, e o sigilo não acrescenta nada de bom ao sabor.

As reservas do Tether são, inegavelmente, de qualidade superior às da Terra. Mais de 43% delas estão em títulos do Tesouro dos EUA ou em caixa e equivalentes. Mais ainda é mantido em fundos do mercado monetário que deveriam suportar pouco risco.

No entanto, mais de um terço é mantido sob a forma de papéis comerciais - dívida corporativa de curto prazo - e o Tether não oferece maior detalhamento sobre quem, em última análise, tem o compromisso de pagar pela dívida subjacente. Ardoino não respondeu a inúmeros pedidos de esclarecimento do Investing.com.

Qualquer pessoa viva em 2008 vai se lembrar de como os papéis comerciais, enquanto classe de ativos, explodiram de forma espetacular, quando a qualidade dos ativos subjacentes – os empréstimos subprime – foi brutalmente exposta pelo aumento das taxas de juros.

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As taxas de juros estão fazendo exatamente o mesmo hoje. Se houver qualquer risco de crédito na carteira do Tether, eles não levarão muito tempo para se revelarem.

Os detentores de Tether podem se considerar avisados.

Últimos comentários

Pra alguém ganha alguém tem que esta perdendo essa e a lógica.
Se Tether explodir, não seria o fim das criptos?
Se Tether explodir, não seria o fim das criptos?
do kwon k maior golpista do mercado crypto
Ontem li uma reportagem sobre o USDT. Agora com essa já tenho motivos para vendê-la.
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