A exchange Coinbase (NASDAQ:COIN) anunciou a chegada do Coinbase Cloud, novo serviço da empresa. O novo produto permitirá que os clientes da empresa possam construir ferramentas voltadas para o mercado de criptomoedas.
O Coinbase Cloud foi anunciado por Aaron Henshaw, engenheiro-chefe da divisão. De acordo com Henshaw, a plataforma oferecerá meios ágeis para que desenvolvedores consigam criar suas próprias ferramentas.
Contudo, o executivo foi além e revelou planos ambiciosos para o Coinbase Cloud. Com isso, a exchange pretende mirar nada menos do que a gigante de varejo Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34).
“Queremos ser o AWS das criptomoedas. Estamos construindo todo esse conjunto de nuvem de coinbase inteira de produtos que você pode pensar em serviços de computação Crypto, para ajudar os desenvolvedores a construir seus aplicativos mais rapidamente”, disse Surojit Chatterjee, chefe de produtos da Coinbase.
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Staking na nuvem
A primeira aplicação do Coinbase Cloud será voltada para o staking de criptomoedas, ou seja, deixá-las trancadas em troca do recebimento de rendimentos. O serviço já nasce grande, com US$ 30 bilhões apostados em 60 mil nós, pertencentes a 30 blockchains diferentes.
O serviço possui algumas vantagens em relação ao staking da plataforma tradicional. Por exemplo, a taxa cobrada no Coinbase Cloud é de 8%, contra 25% na exchange. Além disso, apesar do alto valor despertar temores, a exchange não realiza a custódia das criptomoedas
Amazon das criptomoedas
Para o público geral, a Amazon é conhecida pela sua força no varejo, sobretudo pela venda de livros, e pelo Amazon Prime. No entanto, muitos desses serviços geram um lucro irrisório ou até mesmo prejuízo.
A verdadeira galinha dos ovos de ouro da empresa é o Amazon Web Service (AWS), seu serviço de nuvem. Lançado 15 anos atrás, em 2006, AWS é um provedor de serviços online para websites ou aplicações, cliente-servidor, baseado nas nuvens.
A maioria destes serviços não é acessível pela internet, mas oferecem funcionalidades que outros desenvolvedores podem usar em suas aplicações. Dessa forma, percebe-se que o Coinbase Cloud busca replicar exatamente a mesma proposta, mas voltada para aplicações em criptomoedas.
O serviço entregou uma receita total de US$ 45,3 bilhões em 2020. Esse valor corresponde a 63% de toda a receita da Amazon no ano passado. O AWS também se mostrou lucrativo, com lucros operacionais de US$ 13,5 bilhões em 2020.
Diversificação
Portanto, o negócio de nuvem é de fato uma aplicação bastante rentável. Além de servir como uma futura mina de receitas, o serviço faz parte da estratégia de diversificação da Coinbase.
Hoje a empresa possui serviços de custódia de criptomoedas, staking e custódia, entre outros. Mas cerca de 90% do lucro ainda é proveniente das taxas de transação pagas pelos usuários. Antes do IPO da empresa na bolsa, a concentração era ainda maior (97%).
Para outras gigantes, como Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) e Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), esta concentração significa uma alta lucratividade, como no caso de anúncios. Mas o excesso na Coinbase faz a exchange ficar refém das oscilações do mercado. Por exemplo, quando o mercado de criptomoedas registrou menor volatilidade, o volume de negociação e a receita de Coinbase caíram 29% e 39%, respectivamente, no terceiro trimestre.
Consequentemente, a empresa teve forte impacto negativo em seus resultados financeiros. Ainda que o terceiro trimestre tenha sido lucrativo em US$ 406 milhões, houve uma queda de quase 75% em relação ao lucro de US$ 1,6 bilhão registrado no segundo trimestre.
Em suma, o Coinbase Cloud, diferentemente das taxas, possui menor sazonalidade e mais regularidade na geração de receitas. Com isso, o serviço pode gerar lucros maiores e também mais estáveis para a empresa.