Mesmo com as oscilações de preço, o bitcoin é considerado essencial para investidores que desejam diversificar seu portfólio. No Brasil, o criptoativo foi o investimento com melhor performance em 2021, apesar da sua volatilidade. No mundo, o contexto não é diferente. Ao longo da última década, o BTC registrou, de longe, o índice Sharpe, que mede desempenho ponderando risco de investimentos, mais alto do que qualquer outra classe de ativos líquidos.
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Segundo análise da gestora de investimentos Man Group, que administra US$ 127 bilhões em capital de clientes (dado de março de 2021), foi alertado que em ambientes de estresse de mercado, essa vantagem é reduzida. “Onde as ações experimentam uma redução mensal de 5%, o bitcoin também é negativo em 86% do tempo”, destaca o artigo.
De qualquer forma, a análise da empresa destaca que a alocação de até 5% do capital em criptoativos é uma boa opção, sendo o principal argumento para justificar a assimetria convidativa a escassez programada do bitcoin, que garante que não haverá uma desvalorização inflacionária.
“28% de todos os dólares foram emitidos nos últimos dois anos; nesse cenário, um ativo restrito a 21 milhões de unidades e que não pode ser impresso por capricho de um formulador de políticas econômicas ou um conselho corporativo passa a ser considerado como alternativa de forma mais séria.”
Bitcoin preserva o capital
A Man Group observa que o bitcoin não tem rendimento e não é uma moeda, equiparando-se ao ouro e as obras de arte.
No entanto, segundo a gestora, o BTC pode, como o ouro, ter valor como proteção contra desvalorizações de moedas mais convencionais.
Conforme a empresa, com uma capitalização superior a US$ 1 trilhão, “se o bitcoin fosse uma ação, já seria o quinto maior do índice S&P 500, entre Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) ($ 1,8 trilhão) e Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) ($ 1,0 trilhão)”.
Para justificar sua tese, a Men Group analisou alguns cenários, comparando o bitcoin ao ouro, um ativo físico, mas igualmente escasso.
A gestora traça um cenário em que o BTC e ouro se valorização, com potencial para a cotação chegar a US$ 417 mil, o que representa mais de 600% em relação aos preços atuais.
Embora alerte que essa não é uma previsão, a gestora observa que os criptoativos tendem a se mover de maneira semelhante entre si e em comparação com os ativos físicos.
Em suas conclusões, a gestora destaca que considera sensato errar por excesso de cautela e alocar uma pequena quantia dos fundos sob sua gestão em cripto. Os riscos são claros: a falta de métodos sólidos de valuation, regulamentação e o perigo de que a moeda perca atratividade.