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SÃO PAULO (Reuters) - O GPA vai desacelerar a expansão de seu parque de lojas nesta segunda metade de 2025 e manter a estratégia em 2026, em meio ao foco em desalavancagem em um ambiente de juros elevados, disseram executivos da empresa nesta quarta-feira.
Além de reduzir de maneira "significativa" o investimento em 2026, a empresa trabalha em duas ou três vendas de ativos operacionais não essenciais que devem trazer ao caixa do grupo "centenas de milhões" de reais, afirmou o presidente-executivo Marcelo Pimentel em apresentação a analistas.
"Estamos olhando para oportuniades que acreditamos que têm possibilidade concreta de se realizar... temos aí duas a três transações significativas que se tivermos sucesso deverão trazer algumas centenas de milhões para a companhia", disse Pimentel.
O executivo acrescentou que 100% dos recursos levantados com as possíveis vendas de ativos serão destinados para redução de dívida da companhia, que é controladora da rede de supermercados Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3).
As ações do GPA recuavam 6,5% às 10h55, cotadas a R$3,16, enquanto o Ibovespa mostrava alta de 1,55%.
A companhia divulgou na noite da véspera que encerrou o segundo trimestre com redução do prejuízo líquido consolidado para R$216 milhões, em resultado ligeiramente melhor que o esperado por analistas, de R$235 milhões, segundo média de estimativas compiladas pela LSEG.
Na conferência, Pimentel citou que o crescimento de vendas desacelerou em maio e junho, após desempenho forte em abril, principalmente nas bandeiras mais populares do GPA -- Mercado Extra e Mini Mercado Extra -- e que o Pão de Açúcar, voltado a públicos de renda mais elevada, manteve resiliência.
Porém, Pimentel disse que em julho e início de agosto as vendas estão mostrando recuperação, em meio a um ambiente de preços mais estáveis.
"Indo para o terceiro trimestre, vemos estabilidade de preços, sem grandes solavancos, estamos vendo oferta de carne maior no mercado e isso é imprtante", disse Pimentel, citando a importância da categoria para a empresa.
"O que está acontecendo na visão macroeconômica é um excesso de produto para o Brasil", citou o presidente do GPA sobre a guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos. "Isso pode ser benéfico para o consumidor, já começamos, sim, a ver movimentos de alguns fornecedores no sentido de uma adequação à realidade inflacionária."
Para além da redução na abertura de lojas e consequente diminuição dos investimentos, o GPA também deve continuar a ver queda nas despesas relacionadas a processos judiciais gerados pela decisão do grupo de sair do segmento de hipermercados em 2022, na época operado pela bandeira Extra.
O vice-presidente financeiro, Rafael Russowsky, afirmou que o fechamento das lojas Extra gerou "desligamento" de 16 mil funcionários na ocasião.
"Chegamos a ter quase R$600 milhões em despesas sobre esse tema. No ano passado caiu pela metade disso. E esse ano, metade da metade, algo entre R$150 milhões e R$180 milhões", disse o executivo. "Todos esses elementos devem continuar melhorando a geração de caixa".
Questionados sobre rumores no mercado sobre possível retirada de cláusula que pode tornar uma eventual venda do controle do grupo mais cara para interessados, mecanismo conhecido como "poison pill", Pimentel disse que o tema não foi objeto de discussão no âmbito do conselho de administração do GPA.
"O que surgiu, surgiu via mídia. No momento, não houve discussão do conselho sobre este tema", disse Pimentel.
Já sobre saída de membros do comitê de auditoria da companhia, o executivo afirmou que o GPA não tem necessidade de reposição pois o órgão já está mais do que atendendo as determinações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
"O grupo mínimo para o comitê, de acordo com a CVM, são três membros, com maioria de independentes e um especialista contábil. No nososo caso, mantemos quatro membros, sendo três independentes e a maioria dos independentes têm especialização contábil."
(Por Alberto Alerigi Jr.)