CriptoFácil - Avraham Eisenberg, o homem que ganhou mais de US$ 100 milhões explorando o protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) Mango Markets em outubro de 2022, está tentando manter parte dos fundos como uma “recompensa”. Mais precisamente, 47% do valor total.
De acordo com um documento judicial arquivado no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul de Nova York na quarta-feira (15), os advogados de Eisenberg alegaram que o explorador já havia devolvido fundos suficientes.
Nesse sentido, o hacker devolveu cerca de US$$ 67 milhões ao protocolo após o incidente. No entanto, Eisenberg afirma que tem “direito” ao restante e quer manter o dinheiro para si.
Advogados: Eisenberg tem direito a US$ 47 milhões
De acordo com a moção, houve uma proposta de acordo do Mango DAO, que votou para permitir que Eisenberg mantivesse US$ 47 milhões para si. A condição era que ele devolvesse os US$ 67 milhões ao protocolo.
A DAO aprovou a proposta com 473.166 votos a favor, ou 96,6%. Somente 3,4% foram contra, o que abriu precedente para o acordo. Mas essa votação não era vinculante, ou seja, não obrigava a DAO a fazer o acordo com Eisenberg.
Mesmo assim, o hacker cumpriu sua parte e transferiu US$ 67 milhões para a comunidade após o acordo. Os advogados revelaram que a devolução selou os termos e, portanto, Eisenberg tem direito ao restante.
“Semanas depois, membros qualificados da Mango Markets receberam reembolso do tesouro da Mango Markets. Nesse ponto, todos os envolvidos consideraram o assunto encerrado e o Sr. Eisenberg não ouviu mais nada da Mango Markets”, disseram os advogados.
Sob coação
No entanto, a Mango Markets discorda do parecer dos advogados. A equipe do protocolo afirma que estava sob pressão durante o período de votação, pois a plataforma perdeu US$ 116 milhões em ativos de seus usuários.
O Mango buscou a ajuda do tribunal para recuperar os US$ 47 milhões como pagamento por danos e juros a partir do dia do. O protocolo também alegou que Eisenberg “não estava envolvido em negociações legais” durante o processo de recuperação.
No entanto, os advogados de Eisenberg refutaram as alegações, observando que o “atraso de três meses” para o Mango entrar com o processo “mina qualquer alegado dano irreparável”.
Os advogados também argumentaram que o processo visa tirar proveito da prisão de Eisenberg em dezembro pelas autoridades dos Estados Unidos.
No início deste mês, Eisenberg foi acusado pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) por explorar o Mango Markets e usar software sofisticado para manipular sua criptomoeda nativa, a MANGO. A SEC encara o ataque como uma manipulação de mercado, o que motivou a prisão do hacker.