O banco Itaú (SA:ITUB4) é o mais novo investidor da plataforma de tokenização de ativos Liqi. A parceria foi confirmada ao CriptoFácil nesta quarta-feira (12) por Daniel Coquieri, CEO da Liqi.
De acordo com o anuncio, a oferta foi de primeira rodada (Série A) e teve a liderança do Corporate Venture Capital do Itaú. A rodada captou R$ 27,5 milhões com a participação da Kinea, braço de investimentos do Itaú.
Além do gigante brasileiro, a Oliveira Trust e o fundo Honey Island by 4UM também viraram sócios da Liqi. No entanto, nenhum dos três terá poder de decisão nas atividades da Liqi. Trata-se, de acordo com Coquieri, de Um “investimento estratégico”.
“O Itaú não terá poder de decisão na Liqi. A Kinea, braço de venture capital do banco, terá uma cadeira no conselho da Liqi como sócia minoritária. Mas nós vamos contar com o apoio do Itaú, da Oliveira Trust e de outros parceiros para ajudar no crescimento da empresa e do uso da blockchain”, disse Coquieri.
Além do investimento, a Liqi visa integrar a participação dos sócios nas atividades da empresa. Nesse sentido, a empresa iniciou a formação de grupos de trabalho com seus novos sócios, com o objetivo de lançar novos produtos juntos.
Negócio marca mudança na relação de bancos com criptomoedas
O investimento do Itaú na Liqi marca um ponto de virada não apenas para a startup, mas para a postura do banco. Durante anos, o Itaú adotou uma postura de combate a empresas de criptomoedas, chegando a fechar diversas contas de clientes que declaradamente compravam BTC.
Ao mesmo tempo, as exchanges que tinham contas no banco também sofreram o mesmo destino. Coquieri, que fundou a exchange BitcoinTrade, viveu isso na pele. Agora, contudo, o cenário é totalmente diferente.
“Esse investimento é muito importante. Contar com um dos maiores bancos do país apostando no avanço no mercado de criptomoedas e blockchain, e apostando na Liqi, é muito relevante. Eu vim de quatro anos à frente da BitcoinTrade e presenciei muita negativa do mercado financeiro em relação à essa indústria. O investimento passa um recado ao mercado financeiro: ‘as coisas vão mudar'”, disse.
Fundada em 2021, a Liqi possui dois produtos, ambos voltados para o mercado de tokenização. Em primeiro lugar está a Liqi em si, corretora que conta com ofertas primárias de tokens emitidos por empresas parceiras.
O segundo produto é a Tokenize, plataforma B2B responsável pela infraestrutura da emissão dos tokens via blockchain. A emissão dos tokens é feita através do Ethereum (ETH), principal rede para emissão de tokens no mundo.
Para 2022, a empresa pretende atingir novas metas, como chegar à marca de R$ 10 bilhões na emissão e transação de tokens, bem como lançar novos produtos. Um deles é o mercado secundário de tokens, que permitirá aos investidores venderem seus criptoativos direto entre si por meio da plataforma.