O Bitcoin foi o tema da mais recente edição do programa de investimentos Cafeína, do canal InvestNews. O programa tem como um dos apresentadores Samy Dana, notório crítico da criptomoeda.
Contudo, o tom desta edição foi diferente dos costumeiros tuítes do economista sobre o Bitcoin. Nessa edição, os apresentadores destacaram a forte valorização do ativo digital em cerca de um ano.
“Os criptoativos, em especial o Bitcoin, atraíram a atenção de investidores institucionais pela sua rápida recuperação durante a pandemia. Além disso, renomados investidores e empresas listadas, como a Square (NYSE:SQ), endossaram essa atenção ao Bitcoin e a outros criptoativos”, destacou o economista.
Dana também citou grandes fundos que pediram autorização para investir em Bitcoin, como a gestora BlackRock (NYSE:BLK) (SA:BLAK34). Além disso, grandes bancos também buscaram adotar o investimento na criptomoeda.
A preocupação com o armazenamento de criptomoedas também foi discutida no programa. Dana e o apresentador Dony De Nuccio alertaram para os riscos de segurança.
“A gestão dos criptoativos é outro risco a ser gerido. O Bitcoin é uma moeda descentralizada, sem regulamentação de governos. Isso foi outro fator que atraiu a atenção dos investidores”, destacou Dana.
Gestora brasileira é citada no programa
Ao falar sobre o Bitcoin como investimento, Dana citou que existem apenas duas formas seguras de adquirir Bitcoin: através de corretoras (exchanges) ou por meio de fundos de investimento.
No segundo caso, o economia citou a gestora brasileira Hashdex. Especificamente, foi citado o fundo Discovery, um dos fundos mais rentáveis do Brasil em 2020 e no começo deste ano.
Recentemente, o fundo passou por uma mudança de nome ao ser incluído no índice de criptomoedas da bolsa estadunidense Nasdaq. Agora ele chama-se Hashdex 20 Nasdaq Crypto Index FIC FIM.
O fundo é aberto para o investidor em geral e possui 20% de alocação em criptomoedas. O “20” do fundo indica justamente essa alocação do fundo em criptomoedas.
Fundos mitigam riscos para investidor
Para De Nuccio, a baixa alocação do fundo em criptomoedas ajuda a mitigar os riscos.
“Por ser um fundo com menor exposição a cripto, ele também é menos volátil quando comparado com os fundos de maior exposição. E com apenas R$ 500 já é possível investir nele, um valor também abaixo dos fundos de maior exposição”, explicou o apresentador.
Outro destaque foi a diferença de rentabilidade entre os fundos da própria Hashdex. Os fundos com maior exposição a criptomoedas tiveram uma rentabilidade muito superior. O Hashdex 100, que investe 100% em criptomoedas, teve quase 10 vez mais valorização que o Hashdex 20.
Tanto Dana quanto De Nuccio elogiaram a Hashdex e destacaram as facilidades de investimento em criptomoedas via esses fundos.
“Investir por meio de uma boa gestora significa que os ativos são custodiadores com apólice de seguro contra perda e roubo. Além disso, o investidor conta com a proteção regulatória da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro (ANBIMA), além de questões regulatórias”, disse Dana.
Samy Dana e polêmicas sobre Bitcoin
A postura do economista em relação ao Bitcoin no programa foi bastante comedida. Dana praticamente não fez nenhuma das críticas que ficaram famosas em sua conta no Twitter.
No passado, o economista já afirmou que o Bitcoin não seria resiliente a crises financeiras. A mensagem foi escrita um dia depois da forte queda do Bitcoin em 12 de março.
Em dezembro de 2020, o economista chegou a sugerir uma aposta com o perfil Mises Capital. No acordo, Dana apostaria que o Bitcoin não chegaria a US$ 150 mil no final de 2021.
“Por que não sobe a aposta? Tipo 150 mil? Mas vamos apostar em dólar que é mais divertido, o maior mercado de BTC é baseado no dólar. Tudo em dólar. Aposta em dólar, preço do BTC em dólar”, disse Dana.
No final, a aposta não foi consolidada. Mas, desde então, o preço do Bitcoin saiu de US$ 23 mil para os atuais US$ 54 mil – uma alta de mais de 100% em menos de 3 meses.