CriptoFácil - A Tether, emissora da maior stablecoin do mercado, a USDT, apoiou parcialmente sua moeda digital estável pareada ao dólar com títulos chineses por um período de tempo. Foi o que revelaram documentos divulgados pelo procurador-geral de Nova York (NYAG) e acessados pela Bloomberg.
Conforme reportagem publicada nesta sexta-feira (16), a Tether detinha títulos emitidos por empresas como o China Construction Bank Corp (HK:0939). e o Agricultural Bank of China Ltd (SS:601288). No entanto, a Tether se recusou a admitir essa informação na época.
Exposição a títulos chineses
Não é de hoje que se fala que a Tether tinha exposição ao papel comercial chinês. Essas especulações ocorrem pelo menos desde 2021. Contudo, a empresa emissora da USDT nunca confirmou os rumores.
Em outubro de 2021, a Bloomberg publicou outra matéria dizendo ter evidências de que as reservas da Tether de fato incluíam bilhões de dólares em empréstimos de curto prazo para empresas da China.
Na época, a Tether afirmou que não detinha papéis comerciais emitidos pela gigante imobiliária chinesa Evergrande (OTC:EGRNY), que entrou em crise naquele ano e gerou preocupações no mercado de criptomoedas. Mas a emissora da USDT não disse se detinha ou não títulos de outras empresas ou emissores chineses.
Depois, em julho de 2022, a Tether reafirmou que naquele momento, não possuía nenhum papel comercial chinês. Além disso, a empresa criticou o que chamou de “pessimistas que continuam a espalhar falsidades sobre suas participações em papéis comerciais” e disse que eles estavam errados.
Agora, os documentos mostram que havia sim uma exposição a títulos chineses par cobrir o lastro da USDT. De acordo com a Bloomberg, os documentos foram divulgados devido a um pedido de liberdade de informação. Eles fazem parte dos dados coletados pelo NYAG em sua investigação do Tether.
Caso Tether x NY
Na quinta-feira (15), a Tether disse que a procuradoria-geral de Nova York forneceu informações sobre os negócios da empresa ao portal de cripto CoinDesk. De acordo com a Tether, o portal teve acesso a informações reunidas durante um acordo em 2021 com a procuradoria-geral de Nova York.
Em fevereiro de 2021, o NYAG firmou um acordo com a Tether e com a Bitfinex para o pagamento de uma multa de US$ 18,5 milhões. A investigação alegou que nem sempre a stablecoin da Tether era lastreada em 1:1 em dinheiro.