O recuo de 1,00% nos preços do grupo Alimentação e Bebidas deu a maior contribuição para frear a inflação no País em julho. A queda foi a mais aguda desde agosto de 2017, quando os preços diminuíram 1,07%. No entanto, o grupo vinha de uma sequência de nove meses consecutivos de aumentos, período em que acumulou uma elevação de 6,87%.
O grupo Alimentação e Bebidas saiu de um aumento de 0,44% em junho para uma redução de 1,00% em julho, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo contribuiu com alívio de 0,22 ponto porcentual para a taxa de 0,38% do IPCA do último mês.
"O que ajudou a frear o resultado do mês de julho (do IPCA) foi a variação do grupo Alimentação e bebidas. Depois de nove meses de alta, teve uma queda em julho", disse André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
A alimentação no domicílio caiu 1,51% em julho, após também ter registrado uma sequência de nove meses de elevação de preços. Em julho, ficaram mais baratos o tomate (-31,24%), cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e frutas (-2,84%).
"O que ajuda a explicar essa queda no mês de julho é principalmente uma maior oferta desses alimentos em geral", disse Almeida.
O pesquisador disse que houve uma intensificação da safra de inverno, lembrando ainda que o clima é mais favorável às lavouras do que no início de ano, especialmente para itens de hortifruti.
Entre os subitens com altas de preços em julho, os destaques foram os avanços no café moído (3,27%), alho (2,97%) e pão francês (0,67%).
A alimentação fora do domicílio aumentou 0,39% em julho. O lanche subiu 0,74%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,24%.