BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal teve queda real de 8,27 por cento em setembro na comparação com o mesmo mês de 2015, alcançando 94,770 bilhões de reais, divulgou a Receita Federal nesta quinta-feira, em mais um dado fraco em meio à profunda recessão econômica.
O dado veio abaixo da expectativa de 96 bilhões de reais apontada por analistas em pesquisa Reuters. Também representou o pior desempenho para setembro desde 2009 (83,997 bilhões de reais, em dado corrigido pelo IPCA).
Nos nove meses de 2016, a arrecadação caiu 7,54 por cento sobre igual etapa do ano passado em termos reais, a 911,251 bilhões de reais. O resultado foi a performance mais modesta para o período desde 2010 (900,232 bilhões de reais).
O recolhimento de tributos e contribuições vem sendo atingido com força pela fraqueza na atividade.
Em setembro, o recuo foi mais forte sobre um ano antes na arrecadação de Cofins/Pis-Pasep (-10,47 por cento, ou 2,509 bilhões de reais a menos) e com Imposto de Importação/IPI-Vinculado (-33,68 por cento, recuo de 1,861 bilhão de reais). Em terceiro lugar aparece a receita previdenciária, com declínio real de 4,55 por cento, ou 1,429 bilhão de reais a menos.
A Receita não divulgou nesta quinta-feira a apresentação completa da arrecadação, em meio à paralisação recente de servidores num pleito ligado a reajuste salarial. Faltaram, por exemplo, informações sobre as desonerações no mês.
REGULARIZAÇÃO
Mais cedo, a Receita anunciou que arrecadação com a regularização de ativos brasileiros no exterior chegou a 40,1 bilhões de reais até o início desta manhã. O prazo para adesão ao programa e para o pagamento dos encargos devidos termina no dia 31 deste mês.
Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias, não há como prever qual será o montante total a ser arrecadado, mas destacou que a curva de recolhimento está "bem ascendente". Somente em setembro, a arrecadação com o programa foi de cerca de 800 milhões de reais.
A previsão da Receita era de queda real de cerca de 5 por cento na arrecadação federal em 2016, mas numa projeção que levava em conta apenas 6,2 bilhões de reais arrecadados com a regularização.