Calendário Econômico: Fed é centro das atenções por motivos econômicos, políticos
Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O Banco do Japão considerará a possibilidade de revisar para cima neste mês sua previsão de inflação para o ano fiscal atual, refletindo os aumentos persistentes nos preços do arroz e nos custos mais amplos de alimentos, disseram três fontes familiarizadas com o assunto.
No entanto, o banco central japonês deve manter suas projeções de inflação para os anos fiscais de 2026 e 2027, disseram as fontes, sinalizando uma pausa nos aumentos da taxa de juros, enquanto aguarda mais clareza sobre como as tarifas dos Estados Unidos podem afetar a economia do Japão.
"Os dados recentes sobre a inflação têm sido bastante fortes, principalmente devido ao aumento do custo do arroz, que está elevando outros preços, como os de refeições fora de casa", disse uma das fontes.
"A inflação ao consumidor está ultrapassando um pouco as previsões do Banco do Japão", disse outra fonte. "Mas a inflação subjacente continua abaixo de 2%", disse a fonte, opinião compartilhada pela terceira fonte.
As fontes falaram sob condição de anonimato, pois não estavam autorizadas a falar publicamente.
As novas projeções serão anunciadas após a próxima reunião de política monetária, nos dias 30 e 31 de julho, quando a diretoria realizará uma revisão trimestral de suas previsões de crescimento e inflação.
Na reunião, espera-se que o Banco do Japão mantenha os juros de curto prazo em 0,5%, devido à incerteza sobre como as negociações comerciais paralisadas do Japão com os EUA poderão se desenrolar e sobre a extensão dos danos que as imposições dos EUA poderão infligir à economia.
Nas previsões atuais feitas em 1º de maio, o Banco do Japão espera que o núcleo da inflação ao consumidor - que exclui alimentos, mas inclui os custos de combustível - atinja 2,2% no ano fiscal de 2025, que termina em março de 2026, antes de desacelerar para 1,7% no ano fiscal de 2026 e 1,9% em 2027.
Os dados divulgados desde então mostraram uma inflação de alimentos alta, já que as empresas continuaram repassando o aumento dos custos das matérias-primas.
O núcleo da inflação ao consumidor atingiu uma máxima de mais de dois anos de 3,7% em maio, excedendo a meta de 2% do banco central por mais de três anos, devido principalmente a um aumento de 7,7% nos custos de alimentos.
Refletindo a ampliação das pressões de preços decorrentes do aumento dos custos das matérias-primas, a diretoria do Banco do Japão considerará a possibilidade de revisar para cima a previsão de inflação deste ano fiscal, disseram as fontes.