Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira encerrar seu programa de compra de ativos, mas deixou a política monetária basicamente inalterada, prometendo estímulo prolongado para uma economia que enfrenta desaceleração inesperada e turbulências políticas.
Tendo sinalizado há muito tempo o fim do estímulo, o BCE tinha poucas opções a não ser interrromper as compras de títulos. Mas deve demorar algum tempo antes de apertar a política monetária dado o crescimento mais lento, a guerra comercial, a perspectiva de um Brexit complicado e tensões orçamentárias na Itália e na França.
Isso tudo deixa o presidente do BCE, Mario Draghi, com um delicado exercício de equilibrismo: parecer confiante o suficiente para justificar o fim do esquema de compras de 2,6 trilhões de euros e quatro anos, mas mostrar-se suficientemente preocupado para manter calmas as expectativas dos investidores sobre mais apertos monetários.
Na esperança de tranquilizar os mercados, o BCE repetiu a promessa de que as taxas de juros serão mantidas em suas mínimas históricas atuais, pelo menos até o próximo verão (no hemisfério norte), e que vai manter em aberto o período de tempo para reinvestir o dinheiro dos títulos com vencimentos próximos.
"O Conselho do BCE pretende continuar reinvestindo, na totalidade, os pagamentos principais de títulos comprados durante o programa por um período de tempo prolongado após a data em que começa a elevar as principais taxas de juros do BCE", disse o BCE, ajustando sua orientação anterior de que os reinvestimentos continuariam por um "período prolongado" após o fim das compras de títulos.
Com a decisão desta quinta-feira, a taxa de depósito do BCE se mantém em -0,40 por cento, enquanto a principal taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, permanece em 0,00 por cento.