Superávit comercial do Brasil cai 27,6% no 1º semestre e governo reduz saldo estimado para o ano

Publicado 04.07.2025, 15:30
Atualizado 04.07.2025, 18:15
© Reuters. Imagem de drone mostra conteineres no Porto de Santos, em Santos (SP)n03/04/2025nREUTERS/Amanda Perobelli

Por Victor Borges

BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$5,889 bilhões em junho, uma queda de 6,9% sobre o saldo apurado no mesmo mês do ano passado, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços nesta sexta-feira (Mdic).

O saldo veio abaixo de expectativas de economistas consultados pela Reuters, que previam superávit de US$6,450 bilhões para o mês.

As exportações somaram US$29,147 bilhões no mês, uma alta de 1,4% em relação a junho de 2024. As importações, por outro lado, cresceram 3,8%, totalizando US$23,257 bilhões.

Nos primeiros seis meses do ano, o saldo comercial foi de US$30,093 bilhões, uma queda de 27,6% em relação ao observado no mesmo intervalo de 2024 e o menor resultado para o período desde 2020. No período, as exportações somaram US$165,870 bilhões (-0,7%), e as importações, US$135,777 bilhões (+8,3%).

Na mais recente atualização das previsões para a balança comercial no ano, o Mdic reduziu sua estimativa para o saldo comercial, prevendo um superávit de US$50,4 bilhões em 2025, o que representaria uma redução de 32,0% em relação ao saldo de 2024, que foi de US$74,2 bilhões. Em abril, o ministério havia estimado um saldo positivo de US$70,2 bilhões para o ano.

A projeção para as exportações foi reduzida para US$341,9 bilhões, de US$353,1 bilhões antes estimados anteriormente, implicando uma alta de 1,5% sobre 2024. Já a estimativa das importações subiu a US$291,5 bilhões, de US$282,9 bilhões antes, com salto de 10,9% sobre o ano passado.

O diretor de Estatísticas e Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão, afirmou que a redução da projeção reflete os resultados do primeiro semestre e a expectativa de que a queda do saldo prossiga ao longo do ano, com uma desaceleração das exportações provocada principalmente por preços menores, e um desempenho melhor das importações.

"É um movimento semelhante ao do primeiro semestre", disse. "Era uma queda que a gente já esperava. A primeira previsão já apontava queda de saldo, com um aumento mais forte de importação em relação à exportação."

Segundo ele, a tendência é resultado de um enfraquecimento na demanda mundial, que tem afetado o preço das commodities, e o crescimento da economia nacional, que tem apoiado a demanda por insumos e bens de capital importados.

JUNHO

A indústria de transformação foi o setor que teve maior aumento de exportações no mês, com alta de 10,9% frente a junho de 2024, para US$15,82 bilhões. A agropecuária registrou a maior baixa, de 10,0%, para US$6,94 bilhões, seguida pela indústria extrativa com queda de 6,2%, para US$6,24 bilhões.

Já nas importações, as vendas da indústria de transformação saltaram 5,5%, totalizando US$21,71 bilhões. Enquanto isso, a indústria extrativa registrou baixa de 20,9%, a US$950 milhões, e o setor agropecuário apresentou queda de 2,8%, para US$450 milhões.

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