Com feriado nos EUA e agenda interna vazia, taxas de juros têm leve alta

Publicado 04.07.2025, 15:12
Atualizado 04.07.2025, 18:40
Com feriado nos EUA e agenda interna vazia, taxas de juros têm leve alta

Sem um vetor externo devido ao Feriado de Independência nos Estados Unidos, que fechou os mercados no país, e com a agenda econômica doméstica também esvaziada, a curva de juros brasileira registrou leve avanço nesta sexta-feira. Em um dia de baixa liquidez, o mercado ficou atento aos desenvolvimentos do imbróglio entre Executivo e Legislativo sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Após o Congresso derrubar o decreto do governo Lula que elevava as alíquotas do tributo, a Advocacia Geral da União (AGU) ajuizou ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão dos parlamentares. Hoje, o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu os efeitos de ambos os decretos, e convocou uma audiência de conciliação entre líderes dos dois Poderes para 15 de julho.

Encerrados os negócios, a taxa do Contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 oscilou de 14,915% no ajuste anterior para 14,925%. O DI de janeiro de 2027 passou de 14,134% no ajuste da véspera a 14,185%. O contrato que vence em janeiro de 2028 avançou a 13,400%, de 13,346% no ajuste antecedente, e o DI de janeiro de 2029 também subiu, de 13,188% no ajuste de quinta para 13,230%.

"Sem referência do cenário externo, o movimento observado na curva de juros hoje foi modesto. A incerteza local segue na questão do IOF", afirma Carlos Lopes, economista do BV. "Os últimos acontecimentos são um simbolismo da dificuldade do governo de avançar na estratégia fiscal. A tática de conseguir novas receitas está chegando ao limite e o apoio político para cortes de gastos é difícil, assim como encontrar onde cortar", avalia.

Lopes acrescenta que pode ter havido um "resquício", ainda hoje, de impacto da maior aversão ao risco verificada ontem no mercado internacional. Na quinta, os Treasuries fecharam o dia em alta após o payroll de junho, que mostrou um mercado de trabalho americano ainda resiliente e enfraqueceu apostas de que cortes de juros pelo Federal Reserve comecem já este mês.

Apesar da modesta elevação de hoje, durante a semana, a curva de juros brasileira anotou queda em todos os vértices, com perda de inclinação, observa o time de economistas do Santander Brasil (BVMF:SANB11). Segundo o banco, o alívio veio na esteira do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontou criação de 148.992 vagas formais em maio - abaixo do previsto pela mediana de 19 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, de 171,8 mil vagas. O dado do mês passado foi visto como um sinal de perda de força do emprego.

Para a equipe econômica da consultoria Buyside Brazil, além dos indicadores de atividade, os cenários político e fiscal estiveram em foco na semana, com ênfase na crise do IOF. Além disso, rumores de uma possível "barganha" entre Presidência e Congresso também ganharam força, aponta a Buyside, com a expectativa de que Lula poderia aceitar um aumento no número de deputados em troca da aprovação de cortes de subsídios.

Outros fatores mencionados pela consultoria aos quais o mercado ficou atento foram as discussões sobre o relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, as negociações para mudança no crédito habitacional preparadas pelo governo, que devem ampliar em R$ 7,5 bilhões os recursos anuais para a área neste ano e no próximo e, por fim, um ato esvaziado do ex-presidente Jair Bolsonaro no último domingo, que aumentou as especulações a respeito de uma candidatura presidencial alternativa em 2026.

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