Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve deve detalhar nesta quarta-feira planos para encerrar suas compras de títulos da era da pandemia até meados de 2022, com as autoridades voltando o foco para o que fazer em relação a um salto na inflação que está durando mais do que o esperado.
Na ata da reunião de 21 e 22 de setembro, as autoridades do banco central sinalizaram que uma redução das compras mensais de ativos de 120 bilhões de dólares seria a aprovada no encontro desta semana do Comitê Federal de Mercado Aberto.
O que a ata descreveu como "uma trajetória ilustrativa de redução" vai reduzir as compras em 15 bilhões de dólares por mês a partir de novembro ou dezembro, ritmo e momento de início que encerrariam o programa até junho ou julho.
De mais destaque agora é como Fed alterará outras partes de seu comunicado de política monetária, e particularmente sua descrição da inflação como "amplamente refletindo fatores transitórios".
As autoridades do Fed ainda mantêm amplamente essa visão. Elas esperam que em algum momento de 2022 os gargalos de oferta globais tenham diminuído, a demanda por bens alimentada pela pandemia entre os consumidores dos EUA recue, e que pessoas suficientes busquem voltar ao trabalho para reduzir o ritmo de aumentos de salários e benefícios.
Mas nas últimas semanas as autoridades reconheceram os riscos para essas perspectivas. O salto na inflação este ano já durou mais tempo do que o esperado, as taxas estão o dobro da meta do Fed, e o aumento dos aluguéis, baixos estoques empresariais e grandes números de trabalhadores ainda afastados podem significar que o alto ritmo de aumentos de preços continuará por enquanto.