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Por Francesco Canepa
JACKSON HOLE, Estados Unidos (Reuters) - O Banco Central Europeu provavelmente optará pela manutenção das taxas de juros no mês que vem, mas as discussões sobre novos cortes podem ser retomadas no outono no hemisfério norte se a economia enfraquecer, disseram cinco fontes à Reuters.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse em julho que o banco central da zona do euro estava "em uma boa posição", pois deixou sua taxa básica em 2%, encerrando um ciclo de cortes de um ano e levando os investidores a apostar em uma pausa prolongada.
Dados divulgados desde então mostraram que a economia da zona do euro estava se mostrando mais resiliente do que o esperado, enquanto a inflação rondava a meta de 2% do BCE, disseram autoridades de bancos centrais na Europa e no Simpósio de Jackson Hole do Federal Reserve, nos Estados Unidos.
Enquanto isso, as tarifas comerciais impostas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações da União Europeia, de 15% para a maioria dos produtos, ficaram próximas das expectativas do próprio BCE e evitaram os cenários mais pessimistas, disseram fontes do banco central.
Isso significa que um corte nos juros em 11 de setembro passou a ser amplamente visto como desnecessário, a menos no caso de uma piora repentina nos dados disponíveis, como a leitura preliminar da inflação de agosto e as pesquisas de atividade econômica, de acordo com as fontes. Todas elas não quiseram ser identificadas porque as decisões de política monetária são confidenciais.
Da mesma forma, as fontes observaram que as últimas projeções econômicas do BCE, que preveem que a inflação cairá abaixo da meta de 2% no ano que vem antes de retornar a ela, incorporam uma nova redução da taxa de juros.
Isso significa que as discussões sobre mais flexibilização da política monetária provavelmente serão retomadas nas reuniões do BCE de 30 de outubro e 18 de dezembro, principalmente se as tarifas dos EUA começarem a afetar as exportações da zona do euro para seu principal parceiro comercial ou se as esperanças de um fim para a guerra da Rússia na Ucrânia forem frustradas, acrescentaram as fontes.
Um porta-voz do BCE não quis comentar.
(Reportagem adicional de Frank Siebelt em Frankfurt)