Investing.com – Com inflação de dois dígitos ao mês e um peso cada vez mais desvalorizado, os argentinos podem ter que andar com bolos de dinheiro ainda maiores daqui para frente mesmo para pagar por pequenos valores. É isso que aponta pesquisa de expectativas da autoridade monetária da Argentina referente ao mês de novembro. A projeção dos entrevistados é de que o indicador cheio alcance uma média de 14,3% em relação ao mês anterior nos próximos seis meses. Já a estimativa para o núcleo é de 14,5%.
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A pesquisa aponta ainda que os entrevistados estimam alta da inflação para 189,2% até ao final deste ano, um acréscimo de 4,2 pontos percentuais frente à pesquisa passada. Para os próximos doze meses, a disparada nos preços tende a ser ainda maior: a expectativa chega a 226,7%, alta de 31,1 pontos percentuais em relação à pesquisa passada.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado sobre o tema, o Goldman Sachs (NYSE:GS) afirma que os entrevistados ainda elevaram a perspectiva para as taxas de juros, que tende a terminar o ano em 143,5%, 5,7 pontos percentuais a mais do que na pesquisa passada.
O BC da Argentina manteve a taxa de juros em 133% nesta semana, diante de uma inflação que acumula alta de 160,9% em doze meses finalizados em novembro.
“No geral, após o anúncio de uma desvalorização de 54% da taxa de câmbio oficial na terça-feira, e de uma inflação mensal de 12,8% superior ao esperado para novembro, esperamos que as expectativas de inflação subam ainda mais em dezembro e permaneçam sem ancoragem. Os decisores políticos estão a navegar em águas traiçoeiras e a implementação de políticas será fundamental para reequilibrar a economia com sucesso”, avalia o GS.