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Fed e BCE devem elevar juros na semana que vem, dizem analistas

Publicado 21.07.2023, 11:55
© Reuters
BAC
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Investing.com – Política monetária será o foco da semana que vem, com decisões do Federal Reserve dos Estados Unidos e do Banco Central Europeu. A expectativa é de que o Fed eleve a taxa de juros em 0,25 ponto percentual na próxima quarta-feira, 26, e de que o BCE promova uma alta da mesma magnitude no dia seguinte, quinta-feira, 27.

O Bank of America (NYSE:BAC) segue a expectativa de consenso espera que o Fed adote um tom hawkish, enquanto a comunicação pode ser um desafio para o BCE. “Esperamos que o presidente Jerome Powell diga que mais firmeza na taxa básica de juros permanece provável, embora mantenha a opcionalidade quanto a se e quando”, aponta o BofA em relatório.

Fed

A taxa de juros americana foi elevada em maio e inalterada na reunião de junho. Hoje, o Fed mantém a taxa de juros na faixa entre 5,00% e 5,25%. Com a alta de 0,25 ponto percentual, as fed funds iriam para a faixa entre 5,25% e 5,50%, conforme aponta a ferramenta Monitor da Taxa de Juros do Fed do Investing.com.

Fernanda Mansano, economista-chefe da Traad e professora de cenários econômicos do Ibmec, também aposta em uma alta de 0,25 ponto percentual. "A gente observa a inflação arrefecendo, entretanto, a inflação de serviços ainda traz certos desafios até o fim do ano e para o ano que vem. Os núcleos de inflação, que colaboraram de forma positiva, seguem pressionados.” Mansano acredita que seja a última alta nas fed funds neste ano, com a perda de força da atividade econômica, dados mais negativos na produção industrial e no varejo.

Leonardo Mendes, estrategista-chefe da JB3, concorda que a autoridade monetária americana deve subir os juros nessa magnitude. Mendes lembra que o Banco Central dos Estados Unidos possui duplo mandato, emprego e inflação e, com um mercado de trabalho apertado, o indicativo é para continuidade da saga contracionista.

“Então como os EUA estão em níveis de pleno emprego, isso não estimula a ter nenhum tipo de corte, pelo contrário, o Banco Central ainda deve ficar um pouco mais hawkish, tendo em vista que as taxas de inflação ainda estão altas mesmo com a queda dos últimos meses. O núcleo, o core do CPI, ainda está bastante resiliente, ainda está acima das metas. Então, o Banco Central quando olha para o emprego não vê nenhum motivo para parar de subir juros e, quando olha para a inflação, ainda é bastante conservador”, explica.

Por outro lado, Thiago Figueiredo, diretor de investimentos do Intrabank, espera que o Fed mantenha a taxa de juros no patamar atual. “Nos Estados unidos, os dados recentes de atividades indicam que o Fed repetirá a decisão da última reunião, mantendo os juros nos mesmos níveis e avaliando a arrefecimento gradual da inflação e da atividade econômica no segundo semestre”, acredita.

BCE

O Banco Central Europeu (BCE) elevou suas principais taxas de juros pela oitava vez consecutiva em junho. A expectativa dos três especialistas consultados pelo Investing.com Brasil é de um aumento de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros da Zona do Euro, conforme o consenso. Assim, os juros de refinanciamento do Banco Central Europeu (BCE) sairiam do patamar de 4% para 4,25% e a taxa de depósito de 3,50% para 3,75%.

Segundo Mansano, para a próxima reunião, a justificativa é parecida, com inflação de serviços ainda pressionando. Núcleos acima do esperado levam a uma expectativa de alta na taxa de juros, a última deste ano.

Figueiredo concorda com a visão de que o BCE deve elevar os juros em 0,25 ponto percentual. “O Banco Central Europeu continuará seu processo de alta nos juros, já antecipada pela presidente Christine Lagarde, uma vez que os dados de atividade e indicadores antecedentes reforçaram a necessidade de alta de juros."

Mendes acredita que como o BCE precisa lidar com diversas economias para tomar uma decisão, esta é mais política do que nos Estados Unidos, balizando diferentes dívidas e níveis de produtividade, entre demais indicadores. Além disso, o cenário geopolítico, com guerra da Rússia e Ucrânia, pressiona commodities e a energia dos países, o que traz sensibilidade para as economias.

“O núcleo ainda está resiliente, vindo acima do esperado. Então isso deve manter a continuidade de aumento dos juros por lá também, pois a inflação ainda não está na meta e o BCE precisa deixar claro de que estará vigilante a respeito da inflação”.

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