Governo central faz superávit primário de R$84,9 bi em janeiro, valor recorde mas abaixo do esperado

Publicado 27.02.2025, 14:37
Atualizado 27.02.2025, 16:41
© Reuters. Esplanada dos Ministérios, com o Congresso Nacional ao fundo, em Brasílian07/04/2010nREUTERS/Ricardo Moraes

(Reuters) - O governo central registrou superávit primário de R$84,882 bilhões em janeiro, maior valor mensal da série do Tesouro Nacional, iniciada em 1997, mostraram dados divulgados nesta quinta-feira.

Em janeiro de 2024, o resultado, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, havia sido positivo em 79,462 bilhões de reais.

Apesar do recorde no mês passado, o resultado primário ainda veio abaixo do esperado pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters, que apontava para um superávit de R$88,450 bilhões.

O governo tem como meta um resultado primário neutro em 2025, com intervalo de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 2025, o equivalente a R$30,97 bilhões, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal.

O saldo positivo de janeiro do governo central se deve ao superávit de R$104,511 bilhões do Tesouro, que mais do que compensou o déficit de R$13,3 milhões do Banco Central e o déficit de R$19,615 bilhões da Previdência Social.

Meses de janeiro são tradicionalmente de resultados primários fortemente positivos no país, com as receitas superando as despesas. Na série histórica do Tesouro, iniciada em 1997, apenas naquele ano houve um déficit fiscal em janeiro, de R$977,70 milhões.

Este ano, para apertar a execução de gastos até que o Orçamento de 2025 seja aprovado, o governo está executando mensalmente nos primeiros meses apenas 1/18 do montante total autorizado.

"Pretendemos ser conservadores e devemos atuar para ter primeiro semestre com execução menor para ter mais margem de manobra ao longo do ano", disse a jornalistas a secretária-adjunta do Tesouro, Viviane Varga. Segundo ela, e expectativa do governo é que o Orçamento seja aprovado na terceira semana de março.

PREVIDÊNCIA

Os dados do Tesouro mostraram ainda que o governo central acumulou nos 12 meses até janeiro deste ano déficit primário de R$42,176 bilhões a preços atualizados pela inflação medida pelo IPCA, o equivalente a 0,32% do PIB. O resultado ficou bem abaixo do rombo de R$243,524 bilhões dos 12 meses até janeiro do ano passado.

No período de 12 meses, o resultado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) continuou como destaque negativo, com déficit de R$307,284 bilhões, ainda que o rombo tenha recuado na comparação com um ano antes, quando foi de R$326,313 bilhões.

"Apresentamos em janeiro resultado ainda bastante negativo na Previdência, mas houve redução entre janeiro de 2024 e 2025 em função da arrecadação", destacou a secretária Adjunta da Secretaria do Tesouro Nacional, Viviane Varga.

Os números do Tesouro mostram que a arrecadação no RGPS saltou de R$635,775 bilhões nos 12 meses até janeiro de 2024 para R$654,750 bilhões no período até janeiro desde ano -- aumento de cerca de R$19 bilhões.

Em janeiro apenas, a despesa com benefícios previdenciários cresceu 2,4%, a R$73,242 bilhões. Já os gastos com o Benefício de Prestação Continuada saltaram 14,8%, a R$10,097 bilhões.

Questionada sobre a possibilidade de as despesas com o BPC superarem o limite previsto no projeto orçamentário, Varga disse que a expectativa é de contenção dessas despesas ao longo do ano.

(Reportagem de Fabrício de Castro, em São Paulo, e Victor Borges, em Brasília)

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