Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quarta-feira
SÃO PAULO (Reuters) -As MRV&Co reportou nesta terça-feira prévia operacional para o terceiro trimestre, com geração de caixa ajustada de R$30 milhões para divisão MRV Incorporação, considerada fraca por analistas, além de queda em vendas em lançamentos, o que derrubava as ações da companhia.
Às 11h05, os papéis eram transacionados com declínio de 9,75%, a R$6,48, pior desempenho do Ibovespa, que cedia 1,27%. No pior momento, chegaram a R$6,47.
"Esperávamos uma geração de caixa mais forte devido ao melhor ritmo de transferências e à sazonalidade", afirmaram analistas do Citi em relatório a clientes, acrescentando que os números operacionais parecem "pouco inspiradores" para a tese de investimento na companhia.
Analistas do Itaú BBA também chamaram a atenção para dados ainda fracos sobre fluxo de caixa. "Ainda não melhorou muito, e a empresa registrou queima de caixa em todos os seus segmentos de negócios, impactada por efeitos não recorrentes nas operações brasileiras, como atrasos nas transferências devido à suspensão de subsídios regionais em dinheiro."
Quando excluída a cessão da carteira, houve consumo ajustado de R$313 mil na MRV Incorporação.
De acordo com a empresa, o atraso gerado nos repasses de recursos de programas regionais de habitação ocasionou um descasamento temporal de R$93 milhões na geração de caixa do trimestre.
"Caso esse atraso não tivesse acontecido, a geração de caixa do período teria sido de R$123 milhões", acrescentou.
No segundo trimestre, a divisão teve consumo de caixa de R$38,2 milhões e no primeiro trimestre consumo de R$127,4 milhões.
A prévia também mostrou vendas líquidas de R$2,445 bilhões, quedas de 0,5% ano a ano e de 8,9% na base trimestral, enquanto o VGV de lançamentos somou R$2,355 bilhões, declínios de 9,4% em relação ao mesmo período de 2024 e de 31,7% no trimestre.
A companhia comercializou 8.779 apartamentos no terceiro trimestre, quedas de 9,6% ano a ano e de 11,6% ante o trimestre anterior, mas o valor médio das vendas ficou em R$278 mil, altas de 10% e de 3%, respectivamente.
Nos lançamentos, foram 8.354 unidades, também com quedas na base ano a ano, de 19,3%, e na base trimestral, de 31,8%.
A MRV&Co afirmou que terminou o trimestre com 1.400 unidades não repassadas a mais que o segundo trimestre para a MRV Incorporação, o que afetou a geração de caixa e também a venda líquida reportada.
"Se isso não tivesse ocorrido, as vendas do terceiro trimestre de 2025 seriam similares às do segundo trimestre de 2025", acrescentou.
A Resia, operação da MRV&Co nos Estados Unidos, registrou consumo de caixa de US$1,5 milhão, após geração de US$34,2 milhões no trimestre anterior e US$19,7 milhões um ano antes.
A companhia reportou que já foram vendidos cerca de US$149 milhões em ativos da Resia do plano de desinvestimentos de cerca de US$800 milhões até 2026.
De acordo com a MRV&Co, o empreendimento Tributary, com 433 unidades, encontra-se estabilizado e já teve processo de venda iniciado.
"A Resia continua apresentando boa velocidade de locação, indicando que os projetos estarão aptos para venda dentro do planejamento de 2025 e 2026", acrescentou a companhia.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)