Por Stephane Mahe e Elizabeth Pineau
NANTES/PARIS (Reuters) - O governo do presidente francês, Emmanuel Macron, rejeitou nesta terça-feira uma nova demanda dos sindicatos para reconsiderar um projeto de lei de aposentadoria profundamente impopular, enfurecendo líderes trabalhistas que disseram que o governo precisa encontrar uma saída para a crise.
Enquanto isso, manifestantes em toda a França realizavam atos geralmente pacíficos em um décimo dia nacional de greves e protestos, mas confrontos ocorreram em algumas áreas.
Na cidade de Nantes, a parte da frente de uma agência bancária do BNP Paribas (EPA:BNPP) foi incendiada. Também no oeste da França, os manifestantes bloquearam o anel viário de Rennes e incendiaram um carro abandonado. Na cidade de Rouen, na Normandia, as autoridades confirmaram a ocorrência de confrontos.
"Propusemos uma saída... e é intolerável que estejamos sendo barrados novamente", disse o chefe do sindicato CFDT, Laurent Berger, a repórteres no início de um protesto em Paris.
Ele e outros líderes sindicais voltaram a pedir ao governo que suspendesse o projeto de lei, desta vez sugerindo o uso de mediadores externos, já que o governo e os sindicatos permanecem distantes.
Mas, horas depois, o porta-voz do governo Oliver Veran rejeitou a ideia, dizendo que o gabinete estava disposto a discutir outras mudanças políticas, mas não revisar o projeto de lei da aposentadoria.
Milhões de pessoas têm se manifestado e se juntado à greve desde meados de janeiro para mostrar sua oposição aos planos de Macron de fazer a maioria delas trabalhar mais dois anos, até os 64 anos.