A alta de 0,61% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em agosto foi decorrente de elevações em 18 das 24 atividades pesquisadas, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 26.
Os aumentos de preços mais acentuados ocorreram em impressão (2,85%), outros produtos químicos (2,42%), móveis (2,04%) e fumo (2,02%).
O setor de alimentos exerceu a maior pressão sobre o índice nacional, com aumento de 1,33% e contribuição de 0,32 ponto porcentual para o IPP do mês.
"Esse desempenho da indústria de alimentos pode ser explicado pela alta de preços da carne bovina, em decorrência de problemas na oferta do produto e uma melhora da renda da população, que por sua vez acarreta um aumento da demanda por carne. Também houve crescimento da demanda por arroz. Já o preço do café, que vem subindo há algum tempo, se deve à conjuntura internacional, com sérios problemas na produção do Vietnã que desestabilizaram a oferta no mundo todo", justificou Alexandre Brandão, gerente do IPP, em nota do IBGE.
Outros impactos relevantes partiram dos aumentos em outros produtos químicos (0,19 ponto porcentual) e em refino de petróleo e biocombustíveis (alta de 1,17% e impacto de 0,12 ponto porcentual).
Já a queda de 5,06% nas indústrias extrativas impediu um avanço maior no IPP, com uma contribuição de -0,25 ponto porcentual. Houve reduções de preços no mercado internacional nos óleos brutos de petróleo e minério de ferro.
"Embora os preços do setor tenham caído de forma expressiva em agosto, o saldo do setor em 2024 ainda é positivo na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2023", ponderou Brandão.