Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A produção e as vendas da indústria brasileira permaneceram fortes em janeiro, com contratação de funcionários no setor e a confiança atingindo máxima recorde, de acordo com os dados da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta sexta-feira.
O PMI da indústria do Brasil subiu a 52,7 em janeiro de 52,6 em dezembro, informou o IHS Markit, nível mais elevado desde março de 2017. Leitura acima de 50 indica expansão.
As condições se fortaleceram principalmente no subsetor de bens de capital, mas também houve crescimento da atividade entre os produtos de bens de consumo e de bens intermediários.
A demanda robusta e as condições favoráveis do mercado garantiram crescimento pelo sétimo mês seguido da entrada de novos trabalhos, levando ao aumento da produção.
O mercado doméstico foi o responsável pelo aumento das novas encomendas, uma vez que a contração nas vendas ao exterior foi a mais acentuada em dois anos. Os entrevistados citaram, segundo o IHS Markit, a demanda global fraca, com destaque para a Argentina.
Diante desse cenário, os empresários do setor contrataram funcionários no ritmo mais forte desde março do ano passado, revertendo os cortes vistos em dezembro.
Embora os preços de insumos tenham continuado a subir em janeiro, a alta foi a mais fraca em um ano e meio, em meio à melhora do câmbio. Ainda assim, os preços cobrados subiram, com as empresas citando o repasse dos custos.
Já a confiança no setor industrial para os próximos 12 meses chegou ao nível mais forte da série em janeiro. Previsões de melhora nas condições econômicas, lançamentos de novos produtos e um cenário político favorável estiveram por trás do bom humor.