Atualizada às 10h09
Investing.com - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta de 1,06% em abril, levemente acima da previsão de 1,00%, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta manhã, 11. O resultado, porém, é inferior aos 1,62% prévios. Esse é o maior patamar do índice desde 1996.
O IPCA anual acumulou alta de 12,13%, acima da expectativa do mercado de 12,07% e dos 11,30% apresentados anteriormente.
O Banco Central não divulgou o Boletim Focus nesta semana, em meio à greve de servidores da instituição. O último documento divulgado, do dia 02 de maio, mostrou a 16ª alta consecutiva na projeção para o IPCA para este ano, para 7,89%.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, destaca dois grandes desvios concentrados e antagônicos que se anularam. "O primeiro é de higiene pessoal, que gerou 0,08 ponto percentual de desvio altista ao exibir variação de 0,85% frente a deflação esperada de 1,25%. Na contramão, gasolina teve resultado mais baixo do que o projetado, visto que subiu “apenas” 2,48% frente a perspectiva de alta de 3,5%, gerando desvio de -0,07 ponto percentual", detalha.
Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, reforça que a inflação está com difusão elevada. "A gente vê alimentos mais altos, até a ajuda que a energia elétrica poderia dar em habitação foi menor. Dois pontos que supreenderam bastante a gente foram saúde, com preços de remédios para cima, a ver com as cadeias produtivas globais interrompidas e outro ponto que não cede é o de artigos de residência, com linha branca, TV, o que conversa com essa falta de produtos, microchips". O economista pondera que o IPCA deve apresentar desaceleração, mesmo que lenta.
Raone Botteon Costa, economista-chefe da Alphatree e professor de economia da FGV, reforça que os indicadores vieram acima do esperado pelo mercado e as perspectivas continuam ruins. "Já há parte do efeito da mudança de bandeira no dado e mesmo assim há pressões em praticamente todos os itens, exceto energia elétrica", destaca.