Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,95% em novembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE). Em 12 meses, o indicador chegou a 10,74%. Neste ano, está em 9,26%.
Em outubro, o IPCA foi de 1,25%. A expectativa do mercado era de um aumento acima de 1% pela terceira vez consecutiva.
No entanto, essa a maior variação para um mês de novembro desde 2015, quando atingiu 1,01%. A variação acumulada em 12 meses é a maior desde novembro de 2003, que era de 11,02%. Em novembro de 2020, a variação mensal foi de 0,89%.
De acordo com o IBGE, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram crescimento no mês de novembro. O resultado foi puxado por transportes, que teve variação de 3,35%. O segundo maior impacto veio da habitação, com variação de 1,03%.
Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o resultado surpreendeu. A expectativa da Ativa era de uma alta de 1,12%. "Estamos apostando em uma reversão parcial da surpresa de novembro, avaliamos que nossa perspectiva para dezembro deverá subir, deixando o ano relativamente próximo do 10,3% (preliminarmente avaliamos que em 10,2%)", acredita.
Para André Perfeito, economista-chefe da Necton, a recente alta da Selic em mais 1,5 ponto percentual deve influenciar as próximas divulgações. "Deveremos ver surpresas benignas nos próximos meses com o mercado errando para pior uma vez que há nos modelos da maioria dos economistas componentes inerciais relevantes que irão ainda jogar para cima as projeções. No IPCA de hoje nos chama atenção a deflação de alimentos que saiu de 1,25% em outubro para -0,04% em novembro", destaca.