Investing.com – A inflação oficial do país medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23% em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 12.
As projeções consensuais compiladas pelo Investing.com indicam uma alta anual de 4,69% - longe da mínima de 33 meses registrada em junho (+3,16%) .
Dessa forma, a inflação acumula alta de 3,23% no ano. O IPCA atingiu 4,61% em doze meses.
Segundo o instituto, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis apresentaram elevação no mês passado. O maior impacto positivo (0,17 ponto percentual) e a maior variação (1,11%) vieram do grupo de habitação. Destacam-se, ainda, as altas de saúde e cuidados pessoais (0,58%) e transportes (0,34%). Pelas quedas, o grupo alimentação e bebidas caiu pelo terceiro mês consecutivo (-0,85%).
Do lado das quedas, os destaques ficam com os grupos de habitação e alimentação e bebidas. Os demais grupos ficaram entre o -0,24% de vestuário e o 0,38% de despesas pessoais.
A principal influência no resultado de agostos veio de habitação, com destaque para os preços da energia elétrica residencial, com alta de 4,59% e impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral. O economista André Perfeito analisou o cenário do índice.
"Como esperado o fim do bônus de Itaipu puxou o IPCA de agosto que variou 0,23% (abaixo da mediana do mercado em 0,28%). Com isso a inflação em 12 meses sai de 3,99% para 4,61%. Nos chama atenção a deflação reiterada do grupo Alimentação que segue em forte queda (-0,85%, terceira queda consecutiva). Nos parece que estamos chegando ao cima das quedas de Alimentos o que pode contribuir para um IPCA mais “normal”, avalia.
Luan Alves, analista-chefe da VG Research, diz que, no geral, o resultado foi positivo. "O maior impacto positivo e maior variação vieram de Habitação. Destacam-se, ainda, as altas de Saúde e cuidados pessoais (0,58% e 0,08 pp) e Transportes. No geral o resultado foi positivo e reforça a nossa perspectiva sobre cortes graduais de juros nas próximas reuniões do Copom. (0,34% e 0,07 pp).", explica.
Andre Fernandes, Head de renda variável e sócio da A7 Capital, já é possível ver o reflexo dos números na curva de juros, que segue caindo. "Na nossa visão o resultado foi bom, já podemos ver isso sendo refletido principalmente na curva de juros que segue caindo, principalmente o meio da curva, que até a primeira meia hora do mercado estava caindo em média -0,85%. E isso pode reforçar as apostas de um corte na SELIC de -0,75% para dezembro. O dólar sobe no momento refletindo a cautela em relação ao dado de inflação americana que será divulgado amanhã. Já na bolsa, no mercado futuro o índice opera proximo da estabilidade", pondera.