⛔ Pare de adivinhar ⛔ Use nosso filtro de ações gratuito e ache pechinchas do mercadoTeste Grátis

Reoneração de combustíveis compensa queda de alimentos e IPCA volta a subir em julho

Publicado 11.08.2023, 09:02
Atualizado 11.08.2023, 10:20
© Reuters. Funcionário segura bomba de combustível em posto em São Paulo
08/11/2016
REUTERS/Paulo Whitaker
ZL
-
ETHc1
-

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O IPCA voltou a subir em julho uma vez que a reoneração de combustíveis compensou a queda nos custos de alimentos e habitação, com a inflação em 12 meses voltando a acelerar, mas com os dados ainda sugerindo um cenário benigno, no momento em que o Banco Central dá início ao processo de corte de juros.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,12% em julho, contra recuo de 0,08% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

O resultado ficou um pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters de variação positiva de 0,07% do índice no mês.

Com isso, o índice agora acumula em 12 meses até julho alta de 3,99%, subindo ante taxa 3,16% em junho, e voltando a ficar acima do centro da meta para a inflação este ano, que é de 3,25% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

A reaceleração já era esperada uma vez que começam a sair do cálculo do IPCA em 12 meses as deflações de julho, agosto e setembro do ano passado, provocadas pela desoneração de impostos. A taxa em 12 meses do IPCA também ficou um pouco acima da expectativa na pesquisa da Reuters, de alta de 3,93%..

Apesar dessa aceleração, o quadro inflacionário no país vem se mostrando benigno, inclusive com alívio na alta dos preços de serviços no mês passado. Esse cenário levou o Banco Central a iniciar na semana passada um ciclo de afrouxamento da política monetária, com corte da taxa de juros Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano.

Mas o BC avaliou ser pouco provável intensificar os cortes na Selic à frente, defendendo postura conservadora na flexibilização monetária e firme compromisso com a reancoragem das expectativas.

Em julho, o maior impacto entre os grupos foi exercido pela alta de 1,50% de Transportes, devido ao avanço de 4,75% nos preços da gasolina, subitem de maior peso individual no índice.

“A alta de julho capta a reoneração de impostos, com a volta da cobrança da alíquota cheia de PIS/COFINS”, explicou André Almeida, analista da pesquisa no IBGE, calculando que se a gasolina fosse excluída do cálculo, o IPCA teria caído 0,11% em julho.

Os combustíveis em geral subiram 4,15% no mês, com altas em gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%), enquanto o óleo diesel caiu 1,37%. Os aumentos nos preços da passagem aérea (4,97%) e do automóvel novo (1,65%) também contribuíram para o resultado do grupo Transportes, este último com o programa de incentivo à venda de carros do governo.

QUEDAS

Essas pressões compensaram as quedas nos outros dois maiores grupos que compõem o IPCA. Alimentação e bebidas apresentou deflação de 0,46% em julho, graças principalmente à queda de 0,72% nos preços da alimentação no domicílio.

Destacam-se as reduções nos preços do feijão-carioca (-9,24%), do óleo de soja (-4,77%), do frango em pedaços (-2,64%), das carnes (-2,14%) e do leite longa vida (-1,86%).

Habitação também teve recuo nos preços, de 1,01%, com a maior contribuição vindo da energia elétrica residencial (-3,89%) devido à incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de julho.

A inflação de serviços, acompanhada de perto pelo Banco Central, desacelerou a alta a 0,25% em julho, depois de subir 0,62% em junho, acumulando em 12 meses avanço de 5,63%.

"Com melhor qualitativo na parte de serviços, o IPCA de hoje vai pelo caminho de aceleração do ciclo de corte de juros no quarto trimestre de 2023. Contudo, é importante ressaltar a volatilidade dos núcleos nas últimas leituras, o que indica que o BC deve juntar mais informações até sacramentar dinâmica mais benigna dos serviços", avaliou Leonardo Costa, economista da ASA Investments

© Reuters. Funcionário segura bomba de combustível em posto em São Paulo
08/11/2016
REUTERS/Paulo Whitaker

O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, caiu a 46% em julho, de 50% no mês anterior, indo ao menor nível desde maio de 2020 (43%).

Na quinta-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição tem conseguido realizar um “pouso suave” no combate à inflação e que o controle de preços tem sido obtido com impacto muito pequeno sobre indicadores econômicos.

De acordo com a pesquisa Focus mais recente, o mercado prevê que o IPCA encerrará este ano com alta de 4,84%, indo a 3,88% em 2024.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.