👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

IPCA tem alta mais fraca para dezembro em 24 anos e inflação termina 2018 abaixo do centro da meta

Publicado 11.01.2019, 10:47
© Reuters. Banca de frutas em feira de São Paulo

Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A inflação oficial brasileira registrou em dezembro o nível mais baixo para o mês em 24 anos, apesar da pressão dos preços de alimentos, e terminou 2018 abaixo do centro da meta oficial, corroborando o cenário de que o Banco Central levará tempo para elevar os juros básicos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou em 2018 alta de 3,75 por cento, depois de ter subido no ano anterior 2,95 por cento, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Assim, a inflação do país terminou o ano abaixo do centro da meta do governo de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, em meio a um cenário de atividade econômica sem fôlego, desemprego alto e demanda fraca. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 3,70 por cento.

É o segundo ano seguido em que isso acontece depois de ter ficado em 2017 abaixo do piso pela primeira vez desde que o regime de metas de inflação foi definido, em 1999. Também é o terceiro ano seguido que o IPCA fica dentro do intervalo definido como objetivo.

"A inflação em 2018 poderia ter sido menor se não fosse a greve dos caminhoneiros (em maio), visto que a paralisação afetou a oferta de alimentos e de combustíveis", afirmou o economista do IBGE Fernando Gonçalves.

Para 2019, o governo determinou como meta inflação de 4,25 por cento, mantendo a margem de tolerância em 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Em dezembro, o IPCA avançou 0,15 por cento, depois de queda de 0,21 por cento em novembro e projeção na pesquisa da Reuters com analistas de alta de 0,13 por cento. Esse é o resultado mais fraco para o mês desde o início do Plano Real, em 1994.

No último mês do ano a pressão veio principalmente do grupo Alimentação e bebidas, que passou a subir 0,44 por cento depois de alta de 0,39 por cento em novembro e foi responsável por quase 3/4 do índice de dezembro.

Os principais impactos vieram dos alimentos para consumo em casa, cujos preços aceleraram a alta a 0,50 por cento em dezembro de 0,34 por cento antes.

Na outra ponta, Transportes registrou deflação de 0,54 por cento, com destaque para a queda de 4,25 por cento de combustíveis. Habitação também registrou queda no mês, de 0,15 por cento.

2018

No ano, o destaque também ficou para Alimentação e Bebidas, com uma alta acumulada de 4,04 por cento, depois de ter recuado 1,87 por cento em 2017.

Também cabe mencionar os avanços de 4,72 por cento de Habitação e de 4,19 por cento de Transportes. Juntos, esses três grupos foram responsáveis por 66 por cento do IPCA de 2018.

No ano passado, os preços de serviços apresentaram menor pressão ao subirem 3,36 por cento, após avançarem 4,51 por cento no acumulado de 2017. Esse é o nível mais baixo desde que a inflação de serviços começou a ser medida em 2012.

"O nível de serviços baixo em 2018 tem a ver com a atividade econômica e menor demanda. A renda das famílias foi destinada para bens essenciais como alimentos e transportes, além de habitação", explicou Gonçalves.

A persistência do nível fraco de inflação em meio a uma retomada econômica que segue sem fôlego expressivo favorece a perspectiva apontada pelo BC de que o início do aperto monetário está distante.

A pesquisa Focus que o BC realiza semanalmente com mais de 100 economistas mostra que a expectativa é de que a Selic seja mantida no atual patamar de 6,5 por cento na primeira reunião deste ano, em 5 e 6 de fevereiro, terminando 2019 a 7,0 por cento.

Para o analista de inflação da consultoria Tendências, Marcio Milan, a inflação deve acelerar ligeiramente a 4,1 por cento em 2019, como reflexo de uma esperada recuperação da economia e do mercado de trabalho, o que tende a favorecer a demanda.

"Mas nada muito diferente do que vimos em 2018. Essa aceleração deve ser pautada por uma reação dos preços livres, e em contrapartida espera-se alta menor dos preços administrados, como energia e combustível", disse ele.

No Focus, a estimativa é de uma inflação de 4,01 por cento em 2019, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo 2,53 por cento, depois de ter expandido 1,30 por cento no ano passado.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, passará o bastão em breve para Roberto Campos Neto, indicado pelo governo de Jair Bolsonaro para o comando da autoridade monetária e que será ainda sabatinado pelo Congresso.

Veja detalhes na variação mensal (%):

Grupo Novembro Dezembro 2018

Índice Geral -0,21 +0,15 +3,75

Alimentação e Bebidas +0,39 +0,44 +4,04

Habitação -0,71 -0,15 +4,72

Artigos de Residência +0,48 +0,57 +3,74

Vestuário -0,43 +1,14 +0,61

Transportes -0,74 -0,54 +4,19

Saúde e Cuidados Pessoais -0,71 +0,32 +3,95

© Reuters. Banca de frutas em feira de São Paulo

Despesas Pessoais +0,36 +0,29 +2,98

Educação +0,04 +0,21 +5,32

Comunicação -0,07 +0,01 -0,09

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.