Por Ana Beatriz Bartolo | atualizado às 09h53.
Investing.com - O IPCA-15 de agosto apresentou uma queda de -0,73%, segundo dados do IBGE divulgados agora de manhã, 24. O resultado veio acima das expectativas do mercado, que previam uma queda de -0,81%, mas ficou abaixo do resultado prévio de 0,13%
No acumulado anual, o IPCA-15 trouxe uma alta de 9,60%, também acima dos 9,50% esperados, mas abaixo dos 11,39% prévios.
Segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta semana, a previsão do mercado é que a inflação termine 2022 em 6,82%, acima tanto da meta de 3,5% como do teto de 5%.
Étore Sanchez, analista da Ativa Investimentos, explica que foi difícil calibrar as estimativas para este mês, porque a redução de impostos que aplacou diversos itens do IPCA. "Tivemos desvios grandes e antagônicos. Começando pela subestimação da queda temos Gasolina como grande protagonista. Esperávamos deflação de -14,8% e o observado foi de -16,8%, gerando um desvio de 13bps", comenta.
Segundo o analista, algumas expectativas também foram frustradas, como no caso de higiene pessoal, no qual a projeção era de deflação de 0,50%, mas a variação observada foi de +1,03%. A média dos núcleos surpreendeu para cima também ao exibir variação de 0,54% ante a perspectiva de +0,34% da Ativa.
"Em suma, o IPCA-15 exibiu deflação, mas além do headline, a dinâmica inflacionária surpreendeu para cima, não denotando um comportamento tão desinflacionário quanto se imaginava", conclui Sanchez.
Victor Candido, economista-chefe da RPS Capital, pondera que o dado é positivo, mas a inflação de alimentos continua a preocupar. "Temos problemas de preços agrícolas contaminando, problemas na safra americana de algodão e milho, apesar de boas safras aqui no Brasil, mas ainda assim vimos alimentação subindo. Ela deve dar uma melhorada nas próximas semanas. O real apreciando ajuda e temos visto algumas melhoras nas margens de produtos de horticultura", detalha.