SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú (BVMF:ITUB4) melhorou nesta quarta-feira seus prognósticos para o crescimento econômico do Brasil neste ano e no próximo, na esteira de dados mais fortes do que o esperado sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
Agora, o banco espera que a economia nacional avance 2,9% em 2023, contra prognóstico anterior de 2,5%, e 1,8% em 2024, ante expansão de 1,5% projetada antes.
"Diante da surpresa positiva do segundo trimestre, revisamos nossa projeção para o PIB 2023... O bom desempenho do mercado de trabalho deve continuar sustentando o consumo das famílias nos próximos meses, compensando o fraco desempenho dos investimentos", disse o Itaú em relatório assinado por seu economista-chefe, Mario Mesquita.
Já para o ano que vem, "a continuidade do processo de redução da taxa de juros e a resiliência da renda disponível devem ajudar a economia a crescer próximo do seu potencial", de acordo com o relatório.
O Itaú manteve expectativa de que a taxa de desemprego ficará em 8% em 2023 e 2024.
Em meio a sinais de preços de serviços mais benignos, o Itaú também reduziu ligeiramente suas estimativas para a inflação deste ano e do próximo, a, respectivamente, 4,9% e 4,1%, contra 5,1% e 4,3% antes.
"Ao longo do ano, o processo de desinflação tem sido liderado por itens comercializáveis (na esteira da normalização dos estoques e da queda de preços de commodities em reais), mas as últimas leituras mostraram alívio maior também de não comercializáveis (serviços)."
Nesse contexto, embora acredite que o Banco Central seguirá reduzindo os juros em doses de 0,50 ponto percentual no curto prazo, "a dinâmica mais benigna da inflação de serviços, bem como a esperada desaceleração da atividade econômica (que deverá ficar mais evidente ao longo da segunda metade do ano), devem permitir aceleração do ritmo de cortes a partir da reunião de dezembro", afirmou o Itaú.
O banco espera agora que a Selic, atualmente em 13,25%, encerre este ano em 11,50%, contra projeção anterior de 11,75%. Para 2024, a expectativa é de que a taxa fique em 9,0%, contra 9,50% estimados no último relatório do Itaú.
Em relação ao cenário fiscal, o banco projeta déficits primários de 1,0% do PIB em neste ano e 0,8% do PIB no próximo, com aumento da dívida bruta de 73% para 75% do PIB entre 2022 e 2023 e para 78% do PIB em 2024.
(Por Luana Maria Benedito)