Por Ann Saphir
PALO ALTO, EUA (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, afirmou na terça-feira que quer ver mais sinais de alta da inflação antes de elevar os juros de novo, mas que custos baixos de empréstimo a longo prazo podem limitar até onde e a velocidade com que as taxas podem ser elevadas.
O banco central dos Estados Unidos elevou os juros duas vezes este ano, e a expectativa é de que faça isso novamente em dezembro. Mas mesmo que a taxa de juros de curto prazo tenha subido, o rendimento do Treasury referencial de 10 anos tem caído, uma inversão do que normalmente acontece e algo que Kaplan disse ver como "um pouco ameaçador".
"Vejo isso como uma observação sobre o futuro crescimento econômico", disse Kaplan no Instituto Stanford para Pesquisa de Política Econômica. "E o que não quero ver é que elevemos a taxa de juros tão rápido que tenhamos uma curva de rendimento invertida, porque a história nos mostra que uma curva de rendimento invertida tende a ser precursor de uma recessão."
Kaplan, que vota neste ano nas decisões de política monetária do Fed, parece estar enfrentando dificuldades para encontrar um equilíbrio entre os custos de deixar os juros baixos contra os potenciais perigos de elevá-los rápido demais. Ele repetiu sua preocupação de que a globalização e a tecnologia estão mantendo a inflação fraca, apesar de o desemprego ter caído em setembro para 4,2 por cento.
Embora o cenário de quase pleno emprego esteja colocando pressão para cima na inflação, ele disse que essas forças seculares estão agindo como obstáculos.
"Estarei procurando evidências de que estamos fazendo avanços ou que deveremos ter avanços no médio prazo para alcançar nossa meta de inflação de 2 por cento", disse ele a repórteres após o evento.