Maioria dos norte-americanos considera ações de Trump na economia muito erráticas, diz Reuters/Ipsos

Publicado 12.03.2025, 17:20
Atualizado 12.03.2025, 20:15
© Reuters

Por Jason Lange e James Oliphant e David Morgan

WASHINGTON (Reuters) - A maioria dos norte-americanos acredita que o presidente Donald Trump está sendo muito "errático" em suas medidas para animar a economia dos Estados Unidos, conforme sua imposição de tarifas contra alguns dos principais parceiros comerciais do país prejudica o mercado acionário, mostrou uma nova pesquisa Reuters/Ipsos.

Para 57% dos entrevistados, incluindo um em cada três republicanos, as políticas do presidente têm sido instáveis, à medida que seus esforços para taxar importações desencadearam uma guerra comercial global, de acordo com a pesquisa de dois dias encerrada nesta quarta-feira.

Em vez disso, os norte-americanos querem que Trump continue a se concentrar no combate aos preços altos, mesmo com a preocupação crescente de que suas políticas aumentem os custos, e não os reduzam, segundo a pesquisa.

A imposição de tarifas por Trump a aliados como o Canadá e o México e sua recusa em descartar uma recessão assustaram os mercados dos EUA. O S&P 500 perdeu mais de US$3 trilhões em valor desde seu pico histórico no mês passado.

Em resposta, a Casa Branca disse que algumas dificuldades econômicas de curto prazo podem ser necessárias para que Trump implemente sua agenda comercial, que tem como objetivo levar a produção de volta aos EUA.

Wall Street foi abalada por algumas das reviravoltas da política de Trump. Na terça-feira, Trump anunciou tarifas mais severas sobre os metais canadenses -- fazendo com que as ações caíssem -- e depois retirou a ameaça no mesmo dia, após o Canadá ter feito uma concessão.

No geral, 44% dos entrevistados disseram que aprovavam o trabalho que Trump estava fazendo como presidente, sem alterações em relação a uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada entre 3 e 4 de março. Ele obteve notas particularmente fracas na questão do custo de vida, em que apenas 32% dos entrevistados aprovaram seu desempenho.

E a maioria deles -- 70%, incluindo nove em cada dez democratas e seis em cada dez republicanos -- disseram esperar que tarifas mais altas tornem mais caros os alimentos e outras compras usuais.

Durante a maior parte de sua carreira política, Trump -- um incorporador imobiliário que se tornou estrela de reality show -- apontou a força do mercado de ações como uma indicação de saúde econômica. Mas desde que retornou ao cargo, ele tem minimizado esse fato.

"Os mercados vão subir e vão cair. Temos que reconstruir nosso país", disse Trump na Casa Branca na segunda-feira.

Essa é uma mudança brusca de tom em relação ao seu primeiro mandato, quando, em março de 2017, Trump comemorou o fato de o índice Dow Jones ter ultrapassado a marca de 21.000 pontos pela primeira vez.

Nesta quarta-feira, uma porta-voz da Casa Branca pediu paciência, classificando o desempenho do mercado de "um instantâneo de um momento no tempo".

"Esperamos que haja dias bons e dias ruins, mas, em última análise, Wall Street e Main Street vão se beneficiar das políticas deste presidente, como fizeram em seu primeiro mandato", acrescentou

A inflação foi, de longe, a principal preocupação dos entrevistados na pesquisa. Seis em cada dez entrevistados disseram que essa era a questão que eles achavam que Trump deveria priorizar, muito mais do que aqueles que citaram outras prioridades presidenciais, incluindo a redução do tamanho do governo, a abordagem da imigração e o combate ao crime.

Quase 80% dos republicanos que participaram da pesquisa de dois dias disseram concordar com uma declaração de que as ações de Trump na economia "serão recompensadas a longo prazo", um sinal de que muitas pessoas do partido de Trump têm fé em suas políticas, mesmo que estejam nervosas com os efeitos a curto prazo.

Quarenta e um por cento dos entrevistados em geral -- e apenas 5% dos democratas -- disseram que as políticas de Trump acabariam compensando.

A pesquisa entrevistou 1.422 adultos norte-americanos em todo o país e teve uma margem de erro de 3 pontos percentuais para todos os entrevistados.

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