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WASHINGTON (Reuters) - As chances de novos cortes nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) estão diminuindo, dada a resiliência da economia e a manutenção da inflação em torno da meta de 2%, disse o presidente do banco central da Bélgica, Pierre Wunsch, nesta sexta-feira.
O BCE cortou os juros em um total de 2 pontos percentuais no ano até junho, mas tem mantido as taxas desde então, já que os integrantes da autoridade monetária da zona do euro contemplam a necessidade de mais flexibilização devido à possibilidade de os preços ao consumidor subirem muito lentamente.
"Dado que a economia está se mostrando resiliente, a chance de que sejam necessários mais cortes nas taxas está diminuindo", disse Wunsch à Reuters à margem da reunião anual do FMI. "Estou bastante confortável onde estamos hoje, embora permaneça aberto."
Ainda assim, os riscos estão inclinados para a redução das taxas de juros, uma vez que o impacto das tarifas comerciais ainda não foi totalmente percebido, o dólar está fraco e há o risco de a China se desfazer de produtos excedentes, acrescentou Wunsch.
A inflação da zona do euro deverá cair para 1,7% no próximo ano, antes de voltar a subir para a meta nos anos seguintes, alimentando a preocupação entre alguns membros do BCE, principalmente na região sul do bloco monetário, de que o crescimento dos preços possa ficar abaixo da meta.
"Não vejo nenhum risco importante para a inflação, tanto no lado positivo quanto no negativo", disse Wunsch. "Mas também não fico nervoso com números como 1,8% ou 2,2%", acrescentou.
Wunsch também disse que nem todos os desvios da meta exigiam a mesma resposta de política monetária e que o BCE precisa estudar os fundamentos subjacentes para determinar a intensidade de sua ação.
"Se estivermos crescendo de acordo com nosso potencial, o mercado de trabalho estiver saudável, mas a inflação ainda estiver abaixo da meta, eu apoiaria uma postura de apoio moderado, mas definitivamente não uma acomodação agressiva", disse ele.
Wunsch também disse que está confortável com a precificação de mercado para as taxas de juros, que vê quase nenhuma chance de um corte nos juros neste ano e uma probabilidade de um em dois de uma mudança até junho próximo.
(Reportagem de Balazs Koranyi)