Investing.com – Analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) preveem que a reunião de julho do Federal Reserve (Fed, banco central americano) “abrirá as portas” para um corte nas taxas de juros em setembro.
Eles esperam que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), órgão responsável pela política monetária dos EUA, destaque os avanços no combate à inflação e aponte para riscos emergentes no mercado de trabalho, indicando uma possível afrouxo das condições monetárias.
Os analistas preveem que o Fomc manterá a taxa de juros estável em 5,25%-5,5%. Eles antecipam que a declaração do Fomc refletirá progressos tanto na inflação quanto nas condições de emprego, com o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, provavelmente reforçando a confiança na capacidade do Fed de atingir as metas de inflação.
Segundo o Morgan Stanley, "avanços na inflação dão margem para o Fed considerar cortes nas taxas de juros. Espera-se que o presidente Powell sublinhe a crescente confiança nessa direção".
Na sua análise preliminar, o Morgan Stanley afirma: "Continuamos esperando três cortes de taxa este ano, começando em setembro". Eles acreditam que Powell sinalizará que o Fed está se aproximando de uma decisão de redução das taxas, embora sem definir um cronograma específico para esses cortes.
A análise do banco destaca que os dados recentes sobre a inflação suportam essa visão. Eles apontam que "o núcleo da inflação PCE teve uma redução substancial ao longo do último ano e, apesar de uma estabilização no primeiro trimestre de 2024, a tendência de desinflação retomou no segundo trimestre".
Os analistas esperam um aumento de 0,18% no núcleo do PCE de junho, reforçando a perspectiva de um iminente corte nas taxas.
Além disso, antecipam uma postura mais equilibrada do Fed em relação aos riscos para a economia e o mercado de trabalho. "O presidente Powell e o Fomc agora veem os riscos para o panorama econômico — tanto para o crescimento quanto para o emprego — como sendo mais equilibrados", observa o banco.
BofA não vê sinalização de corte em setembro
Da mesma forma, os economistas do Bank of America (NYSE:BAC) preveem que o Fed manterá a taxa de juros estável em julho, evidenciando que os progressos na redução da inflação continuaram.
O banco central americano se mostrará favorável a cortes de taxa no curto prazo, mas provavelmente não dará qualquer confirmação em setembro, segundo a nota dos economistas.
Eles sugeriram que um corte é possível, mas dependerá dos dados futuros. “Esse foi o consenso entre a maioria dos membros do Fomc que se pronunciaram recentemente", explicaram. Apesar de dados promissores de inflação, são necessárias mais provas antes de se iniciar a normalização das taxas de juros.
O BofA também projeta que o presidente do Fed, Jerome Powell, indicará uma mudança no foco do Fed, passando de uma preocupação exclusiva com a inflação para uma abordagem mais equilibrada. Anteriormente, com a inflação distante da meta e o emprego mais próximo dela, o Fed focava na inflação.
"Agora, com a inflação e o emprego mais próximos das metas, o foco do Fed pode se tornar mais equilibrado. Os cortes podem acontecer porque a economia está esfriando, a inflação está desacelerando, ou ambos."
Embora o mercado já esteja precificando um corte completo das taxas em setembro e aproximadamente 2,5 cortes ao longo do ano, o Fed pode não confirmar totalmente um corte para setembro. A questão crítica é se o Fed moderará as expectativas do mercado, conforme indicado pelos economistas.
"Se houver alguma resistência a isso, acreditamos que será moderada", escreveram.
"Powell já enfatizou que o comitê é guiado pelos dados e que as decisões são tomadas de reunião em reunião." Powell terá outra chance no simpósio de Jackson Hole no final de agosto para confirmar ou ajustar as expectativas do mercado, disseram os economistas.
De maneira geral, o BofA mantém a previsão de que o Fed fará um corte de taxa em dezembro deste ano, mostrando menos preocupação com os riscos de uma desaceleração econômica significativa. No entanto, eles admitem que um corte em setembro agora parece mais provável.
"Acreditamos que o mercado pode estar sendo excessivamente otimista quanto ao próximo ciclo de cortes. Uma postura dovish do Fed, uma taxa de desemprego baixa em julho ou uma repetição dos dados de inflação de junho poderiam mudar nossa visão."
Por outro lado, um relatório robusto de desemprego em julho e dados de inflação inconsistentes, junto com um PIB do segundo trimestre acima do esperado, poderiam levar o Fed a postergar os cortes nas taxas para além de setembro, observaram os economistas.
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