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PIB do Brasil desacelera mais que o esperado no 3° tri, com alta de 0,4%

Publicado 01.12.2022, 09:11
Atualizado 01.12.2022, 11:57

Por Isabel Versiani e Rodrigo Viga Gaier

BRASÍLIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Produto Interno Bruto do Brasil perdeu mais força do que o esperado no terceiro trimestre do ano, mas ainda assim marcou o maior patamar da série histórica, com início em 1996, impulsionado mais uma vez pelo setor de serviços em meio a uma demanda ainda robusta por parte das famílias.

O movimento acontece em meio à expectativa de enfraquecimento do consumo neste final de ano, sob os impactos do aperto monetário promovido pelo Banco Central e a iminência de uma recessão global, cenário que será pano de fundo para o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

O PIB cresceu 0,4% no terceiro trimestre sobre os três meses imediatamente anteriores, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos do que o 0,7% estimado por economistas, segundo pesquisa da Reuters. Foi a quinta taxa positiva seguida do indicador.

Sobre o mesmo período de 2021, a alta foi de 3,6%, um pouco abaixo da expectativa de 3,7%, mas o IBGE também revisou para cima o cálculo do PIB do ano passado.

"O PIB foi um pouco mais baixo no headline, mas a composição foi boa, tirando a questão da agricultura", disse Laiz Carvalho, economista para Brasil do BNP Paribas (EPA:BNPP), citando bom desempenho do setor de serviços e, pelo lado da demanda, avanço da formação bruta de capital fixo, uma medida do investimento.

O setor de serviços, que responde por cerca de 70% da economia, cresceu 1,1% sobre o trimestre anterior, enquanto a indústria teve alta de 0,8% e a agropecuária encolheu 0,9% --o que o IBGE atribuiu a quedas na produção de safras relevantes, como da cana-de-açúcar e mandioca.

Nos serviços, os principais destaques foram os setores de informação e comunicação, com alta de 3,6%; atividades financeiras (+1,5%) e atividades imobiliárias (+1,4%).

O comércio, que é considerado um segmento de serviços nas contas do PIB, recuou 0,1%, refletindo, de acordo com a avaliação do IBGE, a realocação do consumo das famílias dos bens para os serviços --movimento contrário ao observado durante a fase mais aguda da pandemia.

Para Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV, os números do terceiro trimestre refletem um contexto de retirada de estímulos, no Brasil e no mundo. "A gente acha que isso sugere uma estagnação no quarto trimestre e um crescimento mais moderado no ano que vem", afirmou.

DEMANDA

Sob a ótica da demanda, os dados do PIB mostram que a formação bruta de capital fixo cresceu expressivos 2,8% sobre o segundo trimestre.

O consumo das famílias e do governo cresceu, respectivamente, 1,0% e 1,3%. A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, afirmou que fatores como demanda represada, auxílios pagos pelo governo, melhora do mercado de trabalho e um alívio inflacionário contribuíram para a resiliência do consumo das famílias mesmo com a pressão dos juros elevados.

"Só não cresceu mais o PIB por conta do setor externo e por conta do agro", afirmou Palis em entrevista à imprensa.

As trocas comerciais contribuíram negativamente para a atividade, com o aumento de 3,6% das exportações de bens e serviços sendo insuficiente para compensar o salto de 5,8% das importações.

© Reuters. Navio é carregado no porto de Santos (SP)
16/09/2021
REUTERS/Carla Carniel

Com a alta no terceiro trimestre, o PIB ficou 4,5% acima do patamar pré-pandemia, no quarto trimestre de 2019, e 1,4% maior do pico anterior, atingido no primeiro trimestre de 2014.

O IBGE também revisou para baixo o crescimento do segundo trimestre --para 1,0%, de 1,2% estimado preliminarmente--, mas elevou o cálculo para o primeiro trimestre --para 1,3%, de 1,1%.

Os dados do PIB de 2021 também foram revistos, revelando um desempenho melhor do que o informado anteriormente. O crescimento em 2021 passou de 4,6% para 5,0%.

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