Por Jonathan Cable
LONDRES (Reuters) - A zona do euro está provavelmente entrando em recessão uma vez que a atividade empresarial se contraindo no ritmo mais rápido em quase dois anos neste mês, já que a crise do custo de vida mantém os consumidores cautelosos e diminui a demanda, mostrou uma pesquisa nesta segunda-feira.
As fábricas têm sido particularmente afetadas pelo aumento dos preços da energia, enquanto as cadeias de fornecimento ainda se recupera da pandemia do coronavírus e devido ao golpe da invasão russa da Ucrânia.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto da S&P Global caiu para 47,1 de 48,1 em setembro em sua leitura preliminar, abaixo da expectativa de 47,5 em pesquisa da Reuters.
Outubro foi o quarto mês abaixo da marca de 50 que separa crescimento da contração e marcou a leitura mais baixa desde novembro de 2020.
"Os PMIs prelimianares de outubro fornecem ainda mais evidências de que a zona do euro está deslizando para uma recessão bastante profunda, mas que as pressões inflacionárias continuam intensas", disse Andrew Kenningham, da Capital Economics.
A inflação na zona do euro atingiu um recorde de 9,9% em setembro, segundo dados divulgados na semana passada, e com os preços subindo acentuadamente a demanda enfraqueceu consideravelmente, levando o índice composto de novos negócios para uma mínima de quase dois anos.
Para tentar combater a inflação em quase cinco vezes sua meta, o Banco Central Europeu começou a aumentar as taxas de juros e a expectativa é de novo aumento de 0,75 ponto percentual na quinta-feira.
O PMI de serviços do bloco caiu para 48,2 em relação aos 48,8 de setembro, em linha com a pesquisa da Reuters, mas o ponto mais baixo em 20 meses.
O PMI de indústria recuou de 48,4 para 46,6, seu valor mais baixo desde maio de 2020 e abaixo de todas as previsões da pesquisa da Reuters.