A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2024/2025 está projetada em 689,83 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 3,3% em comparação com a temporada anterior 2023/24 (713,21 milhões de t). No entanto, o volume, se confirmado, será o segundo maior a ser colhido na série histórica acompanhada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atrás apenas da produção obtida no ciclo anterior. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (22), estão no 2º Levantamento da Safra 2024/2025 do produto.
Segundo a Conab, a redução na produção de 3,3% é explicada principalmente pelo menor desempenho das lavouras, já que a previsão é de uma queda na produtividade de 6,6%, esperada em 79.953 quilos por hectare ante 85.580 quilos por hectare no ciclo anterior. "Os baixos índices pluviométricos aliados às altas temperaturas registrados na região Centro-Sul do País são os principais fatores que devem reduzir a produção em relação à safra passada", disse a estatal em comunicado.
A estimativa de área plantada com cana é de 8,63 milhões de hectares em 2024/25, crescimento de 3,5% em relação ao ciclo 2023/2024 (8,33 milhões de hectares).
Com cerca de 50% da estimativa de produção de cana-de-açúcar colhida, a Conab verifica a manutenção da maior destinação da matéria-prima para a fabricação de açúcar. A produção para o adoçante está estimada em 46 milhões de toneladas, acréscimo de 0,7% ao obtido na safra anterior (45,68 milhões de t), um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme.
O etanol, outro produto fabricado a partir da cana, deve apresentar uma redução de 4,1%, sendo estimado em 28,47 bilhões de litros ante 29,69 milhões de litros na temporada anterior. "A menor destinação da cana para a produção do combustível é explicada pelas condições mercadológicas mais favoráveis para o açúcar, além da menor produção da matéria prima nesta safra", comentou a Conab. Em compensação, o etanol derivado de milho apresenta crescimento de 17,3%, já correspondendo a cerca de 20% da produção total de combustível no País, estimada em 6,94 bilhões de litros ante 5,92 bilhões de litros em 2023/24. Esse incremento contribui para que a produção total de etanol permaneça em torno de 35,41 bilhões de litros.
Responsável por 64,2% da produção de cana no País, a região Sudeste tem uma colheita estimada em 442,8 milhões de toneladas, queda de 5,6% em comparação à safra 2023/24, com a maior redução, de 27,22 milhões de toneladas, observada em São Paulo. A produtividade média da região apresentou uma redução significativa, chegando a 82.879 quilos por hectare, 9,9% inferior que o registrado em 2023/2024, reflexo do forte déficit hídrico, ocasionando, desta forma, níveis críticos de disponibilidade de água no solo.
Para a região Centro-Oeste, a estimativa é de uma safra de 149,17 milhões de toneladas, alta de 2,8% quando comparada com o ciclo passado. Com a colheita atingindo cerca de 49% da produção, a produtividade média deve permanecer estável, mesmo com as adversidades climáticas ao final do ano passado, se mantendo em torno de 81.577 kg/ha. A alta na produção é influenciada pela maior área destinada à cultura em virtude de novos arrendamentos próximos às unidades de produção.
As áreas produtoras de cana no Norte e Nordeste do País acompanham o movimento de alta na produção registrada no Centro-Oeste. Mas nessas duas regiões, além do aumento de área, a Conab verifica também um incremento nas produtividades médias das lavouras. No Nordeste a estimativa de produção de cana-de-açúcar é de 59,62 milhões de toneladas, crescimento de 5,6% em relação à obtida na safra anterior, enquanto que no Norte é esperada uma produção de 4,04 milhões de toneladas, alta de 2,6% quando comparada com 2023/2024.
Já no Sul, a região deve produzir 34,21 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma redução no volume obtido no ciclo anterior em razão da estimativa de menor produtividade e área.