Investing.com – A influência da Casa Branca sobre o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) é um tema de intensa discussão e relevância constitucional. Os analistas do UBS destacam que a relação entre o Fed e o poder executivo mudou bastante ao longo dos anos.
Em um relatório recente, o banco detalhou que, entre 1913 e 1935, o secretário do Tesouro e o controlador da moeda integravam o Conselho do BC americano.
A autonomia efetiva do Fed foi consolidada em 1951, conforme destacado pelos analistas. A legislação de 1977 sobre a Reforma do Federal Reserve definiu claramente seu mandato dual: alcançar o pleno emprego e manter a estabilidade dos preços. A legislação subsequente, incluindo a Lei Humphrey Hawkins, de 1978, especificou metas quantitativas para o desemprego e a inflação, enquanto a Lei Dodd-Frank de 2010 restringiu os poderes extraordinários do Fed.
O UBS aponta que a maneira mais direta pela qual o presidente da República influencia o Fed é através da nomeação dos sete membros do Conselho de Governadores, inclusive seu presidente, sujeitos à aprovação do Senado, com mandatos de 14 anos para assegurar continuidade. Um presidente só pode remover governadores por motivos justificados, tais como ineficiência, negligência ou má conduta, mas não por discordâncias políticas.
O banco menciona uma lacuna legal sobre se a restrição de destituição "por justa causa" também se aplica ao presidente do Fed, uma questão que pode necessitar de uma decisão judicial. Um presidente removido pode continuar como governador, e o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), responsável pelas taxas de juros, escolhe seu próprio presidente.
O UBS também observa que os 12 bancos regionais do Federal Reserve operam com diretorias selecionadas pelos bancos membros de cada distrito e confirmadas pelo Conselho de Governadores. A influência presidencial sobre a remoção dos presidentes dos bancos de reserva é considerada complicada e improvável.
Por fim, o banco sublinha que historicamente houve conflitos entre os presidentes dos EUA e os presidentes do Fed.
"Quando um único partido controla tanto a Casa Branca quanto o Congresso, o impacto sobre a política monetária pode ser alterado, não só através de nomeações, mas também pela legislação, o que pode afetar como o Fomc define e persegue sua meta de inflação", conclui o UBS.
Trump poderia desvalorizar o dólar?
Analistas do Standard Chartered (LON:STAN) Bank indicam que o ex-presidente Donald Trump e seu vice, J.D. Vance, podem enfrentar obstáculos em sua tentativa de desvalorizar o dólar.
Eles pretendem enfraquecer a moeda americana, a fim de reduzir as importações e fomentar o emprego no setor industrial dos Estados Unidos.
No entanto, o banco aponta uma contradição na meta de Trump de preservar o status do dólar como moeda de reserva global.
Segundo o Standard Chartered, a maioria das políticas propostas por eles tende a elevar a inflação e as taxas de juros, o que, paradoxalmente, poderia fortalecer o dólar no curto prazo.
Os analistas consideram o Acordo de Plaza de 1985, frequentemente mencionado em discussões sobre desvalorização coordenada da moeda, como um exemplo não realista para a situação atual.
Eles argumentam que, sem uma desaceleração econômica nos EUA e um crescimento consistente em outras regiões, é improvável que a desvalorização do dólar através de esforços coordenados internacionalmente seja bem-sucedida.
Os analistas são céticos quanto à possibilidade de uma desvalorização autônoma do dólar se a política de Trump for implementada, observando que o mercado de câmbio estaria vigilante a qualquer sinal de que o Federal Reserve toleraria uma inflação mais alta, afetando o valor do dólar.
"Se as políticas de Trump resultarem em crescimento econômico lento, maior endividamento e inflação acima da meta, o dólar poderá enfrentar pressão", explicam. Tal pressão surgiria de uma perda de confiança na política econômica dos EUA, e não dos mecanismos de política esperados.
O Standard Chartered conclui que, se o Federal Reserve mantiver seu compromisso com uma inflação baixa, o dólar provavelmente se valorizará, contrariando os desejos do governo de enfraquecê-lo.
Eles enfatizam que os mercados cambiais tendem a favorecer as moedas de bancos centrais que mantêm taxas de juros reais para alcançar suas metas de inflação. Assim, apesar das intenções claras de Trump e Vance, a dinâmica econômica e de mercado sugere que seu objetivo de desvalorizar o dólar apresenta desafios substanciais.
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