SÃO PAULO (Reuters) - O volume de serviços do Brasil recuou em fevereiro pelo segundo mês seguido, com destaque para a contração na atividade de transportes, em um reflexo da lentidão da atividade econômica e do desemprego ainda alto no país.
Em fevereiro o volume do setor caiu 0,4 por cento na comparação com janeiro, quando houve recuo de mesma intensidade em dado revisado de queda de 0,3 por cento anunciada antes.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda informou nesta sexta-feira que, sobre o mesmo período do ano anterior, houve avanço de 3,8 por cento.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de queda de 0,1 por cento na comparação mensal e de alta de 3,7 por cento na base anual.
"O fato é que não conseguimos observar nenhum tipo de recuperação mais consistente para o setor de serviços", afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Em fevereiro, as vendas varejistas ficaram estáveis, em um cenário de dificuldade da economia para conseguit deslanchar e com as expectativas de crescimento em declínio.
A indústria apresentou alta, apesar da maior queda em 17 anos do setor extrativo devido ao desastre em Brumadinho (MG) com uma barragem da Vale (SA:VALE3).
Os dados do IBGE mostraram que em fevereiro três das cinco atividades pesquisadas sofreram recuo, com destaque para a contração de 2,6 por cento no volume de serviços em Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, a terceira taxa negativa.
"É a queda mais intensa dessa atividade desde julho de 2018. Houve pressão do transporte aéreo de passageiros, também pela alta em janeiro, ainda que, em tese, o ajuste sazonal sirva para compensar um pouco disso”, completou Lobo.
Os outros resultados negativos foram registrados em e outros serviços, de 3,8 por cento, e em serviços prestados às famílias, de 1,1 por cento.
Já o volume de Serviços de informação e comunicação subiu 0,8 por cento em fevereiro sobre janeiro, enquanto os Serviços profissionais, administrativos e complementares mostraram estabilidade.
A inflação e os juros baixos tendem a ajudar o consumo neste ano, porém o desemprego permanece elevado, com de 13 milhões de pessoas sem trabalho no trimestre até fevereiro.
A pesquisa Focus do Banco Central vem apresentado recorrentes reduções na expectativa para o crescimento econômico neste ano, com a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) estimada agora em 1,97 por cento, indo a 2,70 por cento em 2020.