Investing.com – Dia decisivo para a definição dos rumos das políticas monetárias brasileira e americana na chamada “Super Quarta”, que deve movimentar os mercados.
As projeções consensuais indicam alta nos juros dos Estados Unidos e manutenção a nível local. Saiba o que esperar:
Juros nos EUA
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) define se continua as elevações nos juros para frear a inflação diante de um mercado de trabalho ainda aquecido e receios de que a dose errada possa causar uma recessão.
Na manhã de hoje, 03, um total de 89,7% dos agentes do mercado apostava em uma alta de 0,25 ponto percentual nas fed funds, levando a meta de taxa de fundos a 5,0-5,25%, conforme Monitor da Taxa de Juros do Fed, do Investing.com. Outros 10,3% esperam uma pausa das medidas contracionistas da autoridade monetária americana. Se a projeção se concretizar, o Fed subiria os custos dos empréstimos de 0% para um piso de 5% em cerca de um ano.
O Bank of America (NYSE:BAC) espera que o Federal Reserve eleve os juros hoje pela última vez no ciclo de altas. “O estresse do setor bancário pode não estar piorando, mas também não está melhorando. O crescimento dos empréstimos, principalmente de pequenos bancos, está diminuindo”, detalha o BofA.
Em entrevista ao Investing.com Brasil, Rodrigo Octavio Marques, gestor na Nest Asset Management, avaliou que, ainda que o Fed possa pausar as altas nas próximas reuniões, a reversão do ciclo, com queda nos juros, estaria fora do radar enquanto os núcleos estiverem pressionados.
Juros no Brasil
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou ontem a reunião de dois dias para decidir o patamar da taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic. O anúncio será divulgado no início da noite desta quarta, com expectativa de manutenção em 13,75%, em meio a críticas de membros do governo sobre o patamar da Selic.
O argumento de dirigentes do Banco Central é a pressão inflacionária. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 4,65% em doze meses finalizados no mês de março, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para Mauro Rochlin, coordenador do MBA de Gestão estratégica e econômica de negócios da Fundação Getulio Vargas (FGV), o Copom deve manter um posicionamento hawkish, mas pode estar “exagerando na dose”. André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmartXP, também espera um discurso duro, mas com possíveis indicações positivas a respeito do novo arcabouço fiscal.