Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O Banco do Japão deve manter a promessa de continuar aumentando os custos dos empréstimos se a economia seguir se recuperando e aumentará a taxa de juros na próxima semana, a menos que haja algum choque no mercado quando o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, assumir o cargo, disseram cinco fontes familiarizadas com o pensamento.
Entretanto, é provável que o banco central não ofereça uma orientação explícita sobre o ritmo dos futuros aumentos da taxa de juros ou até onde poderia levá-la, disseram as fontes.
De acordo com sua orientação atual, o banco central japonês se compromete a continuar elevando a taxa de juros de curto prazo se a evolução econômica e dos preços estiver de acordo com suas previsões.
"Para o Banco do Japão, não há muito o que acrescentar ou mudar nessa orientação, dadas as taxas de juros reais ainda muito baixas", disse uma das fontes, opinião compartilhada por outra.
O presidente do banco central, Kazuo Ueda, e seu vice disseram nesta semana que o Banco do Japão vai debater a possibilidade de aumentar a taxas de juros, sinalizando sua intenção de elevar os custos dos empréstimos na reunião de 23 e 24 de janeiro, a menos que o discurso de posse de Trump, na segunda-feira, abale os mercados.
Como resultado, os mercados precificaram mais de 80% de chance de um aumento na taxa de curto prazo de 0,25% para 0,5% na próxima semana, o que levaria a taxa de juros a níveis nunca vistos desde 2008.
A menos que o discurso de Trump e quaisquer decretos que ele emita na próxima semana desencadeiem uma grave perturbação no mercado, o Banco do Japão provavelmente prosseguirá com o aumento dos juros, disseram as fontes, que falaram sob condição de anonimato pois não estavam autorizadas a falar publicamente.
"O mercado parece ter entendido a mensagem do Banco do Japão", disse uma das fontes.
"Embora um aumento na próxima semana certamente não seja um negócio fechado, o único obstáculo restante é o que Trump poderia dizer e como os mercados poderiam reagir", disse outra fonte.
(Reportagem adicional de Takahiko Wada, Takaya Yamaguchi e Makiko Yamazaki)