Por Christian Kraemer e Sarah Marsh
BERLIM (Reuters) - O principal líder da oposição da Alemanha, Friedrich Merz, criticou o chanceler Olaf Scholz na sexta-feira, considerando-o "irresponsável" por adiar as eleições antecipadas, enquanto uma pesquisa de opinião também mostrou que os eleitores são a favor de uma votação antecipada para tirar o país da crise política.
A maior economia da Europa foi colocada em desordem esta semana com o colapso da coalizão tripartite de Scholz e as divergências sobre quanto dinheiro o governo deveria gastar para estimular o crescimento e apoiar a Ucrânia.
Enquanto os partidos se posicionam, o vice-chanceler Robert Habeck, do partido dos Verdes, dará início em sua própria candidatura a chanceler na sexta-feira, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.
O colapso da coalizão ocorre em um momento difícil para a Alemanha, pois sua economia enfrenta um segundo ano de contração, as empresas temem uma perda de competitividade, enquanto os desafios da política externa aumentam, desde a reeleição de Donald Trump até uma guerra tarifária com a China.
Scholz sugeriu a realização de votação de confiança em seu governo em janeiro, abrindo caminho para eleições antecipadas em março, mas Merz quer que as eleições sejam realizadas em janeiro.
Juntamente com "a grande maioria do eleitorado alemão, acredito que é irresponsável lidar com isso (...) de tal forma que se torne um mero atraso, com motivos político-partidários obviamente ocupando o centro das atenções", disse Merz, líder dos Democratas Cristãos (CDU).
De acordo com uma pesquisa de opinião, a ZDF Politbarometer, a maioria dos alemães também quer uma eleição o mais rápido possível.
Cerca de 84% acham que uma eleição antecipada é uma boa ideia, enquanto 13% não acham, segundo pesquisa divulgada na sexta-feira.
Na pesquisa, que se baseia em dados do grupo de pesquisa Wahlen, 30% querem uma nova eleição em março, enquanto 54% querem uma data anterior. Apenas 12% querem que a eleição ocorra na data original de setembro de 2025.