Exportações de soja dos EUA podem cair 20% sem acordo comercial com a China, diz AgResource

Publicado 14.05.2025, 08:48
Atualizado 14.05.2025, 08:51
© Reuters. Colheita de soja no Rio Grande do Sul

Por Sybille de La Hamaide

GENEBRA (Reuters) - As exportações de soja dos EUA podem cair 20% e os preços pagos aos agricultores despencarão se os Estados Unidos e a China não conseguirem resolver a disputa comercial que limita a soja dos EUA de seu maior mercado, disseram os consultores de agronegócio da AgResource nesta quarta-feira.

A trégua temporária na guerra comercial entre os EUA e a China, anunciada na segunda-feira, não ajudaria os agricultores norte-americanos a reavivar as vendas de soja na China, uma vez que as tarifas chinesas, mesmo reduzidas de 145% para 10%, continuaram muito altas para tornar a soja dos EUA competitiva, disse o presidente da AgResource, Dan Basse, à Reuters.

As exportações de soja dos EUA podem cair para 1,5 bilhão de bushels em relação a uma estimativa inicial de 1,865 bilhão sem um acordo substancial, disse Basse nos bastidores da conferência GrainCom em Genebra.

Ao mesmo tempo, os futuros de soja dos EUA na bolsa de Chicago podem cair para até US$9 por bushel, em comparação com os US$10,6 por bushel negociados nesta quarta-feira, disse Basse.

"É importante que qualquer acordo comercial entre os EUA e a China aconteça até o final do verão ou a previsão de exportação se tornará realidade, pressionando a renda agrícola dos EUA. O tempo está correndo", disse ele.

Por outro lado, se um acordo trouxesse as tarifas de volta ao nível anterior, os preços da soja poderiam subir para até US$13 por bushel, acrescentou.

"A trégua ajuda, mas o Brasil terá um adicional de 20 milhões de toneladas de soja para exportar em 1º de setembro", disse Basse.

A China tem sido um mercado crítico para os agricultores dos EUA, representando mais da metade das exportações de soja dos EUA no ano comercial mais recente.

No entanto, agricultores norte-americanos temem que a pausa nas tarifas não seja suficiente para ajudá-los, já que o Brasil, o maior fornecedor de soja para a China, tem amplos suprimentos de uma safra recorde, preços mais baixos e seus agricultores não enfrentam nenhuma tarifa chinesa.

A China, o maior importador de produtos agrícolas do mundo, já obtém cerca de 70% de suas importações de soja do Brasil.

Em outras culturas, o milho e o trigo seriam menos afetados, mas os preços em Chicago também cairiam drasticamente, chegando a US$3,70 para o milho, de US$4,40 na quarta-feira, e US$4,9, de US$5,56, disse ele.

(Reportagem de Sybille de La Hamaide)

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