Estratégia de IA sobe +46,45% e faz Nasdaq comer poeira; veja o segredo
Investing.com – Os principais índices futuros das bolsas americanas recuam nesta segunda-feira, enquanto os investidores acompanham declarações do presidente Donald Trump sobre comércio e aguardam uma semana marcada por balanços corporativos e decisões de bancos centrais.
Ainda hoje, será divulgado o índice de atividade do setor de serviços nos EUA, indicador que pode lançar luz sobre o desempenho de uma área crucial da economia americana.
No cenário corporativo, Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) e um dos investidores mais respeitados do mercado, anunciou que deixará o comando do conglomerado no fim do ano, passando a liderança ao vice-presidente Greg Abel.
No mercado de commodities, os preços do petróleo recuam, após o grupo Opep+ anunciar planos de ampliar a produção nos próximos meses.
No Brasil, os investidores acompanharão a atualização das projeções econômicas pelo mercado no boletim Focus.
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1. Futuros americanos em queda
Os índices futuros das bolsas americanas operam em leve queda nesta segunda-feira, com agentes de mercado avaliando as declarações recentes do presidente Donald Trump sobre as tratativas comerciais com a China e monitorando uma agenda carregada de balanços corporativos e decisões de política monetária nesta semana.
Por volta das 8 h de Brasília, o contrato futuro do Dow Jones recuava 279 pontos, ou 0,7%. Já os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 cederam, respectivamente, 43 pontos (0,8%) e 154 pontos (0,8%).
Os principais índices haviam encerrado a sessão anterior em território positivo, apoiados por números robustos do mercado de trabalho em abril. O relatório apontou geração de vagas acima das projeções, com a taxa de desemprego mantida em 4,2%. Esses dados vieram na esteira de uma leitura preliminar do Departamento de Comércio que revelou retração do PIB no primeiro trimestre, atribuída, em grande parte, ao aumento das importações, em resposta às tarifas aplicadas recentemente.
Enquanto isso, Pequim afirmou estar analisando uma proposta para retomar as negociações, diante das tarifas de 145% impostas por Trump. Em contrapartida, a China respondeu com elevação de até 125% sobre produtos americanos.
Ao longo da semana, os mercados deverão digerir uma nova bateria de indicadores macroeconômicos, bem como as decisões de juros do Federal Reserve, do Banco da Inglaterra e de outros bancos centrais. Estão programadas também divulgações de resultados de empresas como Ford (NYSE:F) Motor, Advanced Micro Devices, Walt Disney (NYSE:DIS), ConocoPhillips (NYSE:COP) e Coinbase (NASDAQ:COIN).
Entre os dados previstos para esta segunda-feira, destaque para o índice de atividade do setor de serviços medido pelo ISM (Institute for Supply Management) referente a abril.
A expectativa é de que o indicador sinalize uma desaceleração moderada no setor, ainda que permanecendo acima da marca de 50 pontos, limite que separa crescimento de retração.
“Existe um risco concreto de que o índice mergulhe em território contracionista, o que alimentaria a percepção de perda de fôlego da economia e reforçaria o risco de recessão”, afirmou James Knightley, economista-chefe internacional do ING, em relatório.
A escalada tarifária adotada por Trump tem gerado apreensão sobre seus efeitos na atividade doméstica, especialmente após a decepção com o desempenho do PIB. Diversos analistas apontam que o encarecimento das importações pode pressionar a inflação e comprometer o crescimento agregado.
A divulgação do ISM pode influenciar a condução da política monetária na reunião do Fed nesta semana. Apesar das reiteradas manifestações de Trump a favor de cortes nos juros, o presidente do Fed, Jerome Powell, tem sinalizado a manutenção do atual nível da taxa básica.
2. Buffett prepara transição
Warren Buffett anunciou que deixará o comando da Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) até o fim de 2025, passando o bastão ao vice-presidente Greg Abel.
O comunicado, feito durante o fim de semana, marca o encerramento de uma das gestões mais emblemáticas do mercado global. Aos 94 anos, Buffett transformou a empresa de origem têxtil em um conglomerado avaliado em US$ 1,18 trilhão, com investimentos que vão de seguros a alimentação. No processo, conquistou o reconhecimento global como o “Oráculo de Omaha”, em referência à cidade onde a companhia tem sede.
A decisão surpreendeu parte dos investidores, uma vez que Buffett não havia emitido sinais claros sobre o plano de sucessão. Abel, de 62 anos, afirmou que pretende adotar uma postura mais ativa na gestão das subsidiárias.
No primeiro trimestre, a Berkshire reportou lucro operacional de US$ 9,64 bilhões, uma retração de 14% na base anual, impactado por perdas no setor de seguros decorrentes dos incêndios florestais na Califórnia.
3. EUA e China: impasse tarifário persiste
Em entrevista concedida no domingo, Trump declarou que não pretende conversar com o presidente chinês Xi Jinping nesta semana, embora reconheça que interlocutores dos dois países continuam em contato.
A ausência de diálogo direto alimenta incertezas sobre a possibilidade de um acordo, em meio a uma disputa comercial que tem alterado significativamente os fluxos globais de mercadorias.
Durante conversa com jornalistas a bordo do Air Force One, Trump reiterou que negocia acordos com diversos países, mas reforçou que seu foco prioritário é fechar um novo entendimento com a China, epicentro de sua política tarifária neste segundo mandato.
Autoridades chinesas, por sua vez, indicaram que avaliam a proposta americana, mas criticaram o que classificaram como “tentativas de coerção”.
4. Petróleo em baixa após sinal da Opep+
Os contratos futuros de petróleo registram queda expressiva nesta segunda-feira, após a Opep+ anunciar intenção de elevar a produção nos próximos meses.
A perspectiva de oferta ampliada, somada à demanda enfraquecida, pressiona os preços da commodity, que já acumulavam forte desvalorização em 2025. As perdas de hoje aproximam o petróleo novamente da mínima de quatro anos, registrada em abril.
No momento da redação, o Brent para entrega em junho cedia 2,0%, cotado a US$ 60,05 por barril. O WTI, por sua vez, recuava 2,1%, a US$ 56,59 por barril.
Durante reunião realizada no fim de semana, a aliança Opep+, responsável por parcela relevante da produção global, decidiu ampliar a oferta em 411 mil barris diários a partir de junho. A medida representa um volume quase três vezes superior ao previamente sinalizado, com destaque para os aumentos por parte da Arábia Saudita e da Rússia.
5. Projeções econômicas no Brasil
Na agenda de hoje, os investidores ficarão atentos às projeções do mercado para os principais dados da economia brasileira no boletim Focus, pesquisa semanal do banco central com analistas financeiros.
No último relatório, os analistas consultados ajustaram marginalmente suas projeções para a inflação em 2025 e 2026, estimadas em 5,55% e 4,51%, respectivamente, mantendo inalteradas as expectativas para o PIB (2% em 2025 e 1,70% em 2026) e para a taxa Selic, prevista em 15% no fim de 2025 e 12,50% ao término de 2026. A pesquisa também manteve a estimativa para o dólar em R$5,90 no fim deste ano e reduziu ligeiramente a projeção para 2026 a R$5,95.
O Ibovespa encerrou a última sexta-feira com leve alta de 0,05%, aos 135.133,88 pontos, mantendo um ganho semanal discreto de 0,29%, em uma performance marcada por cautela doméstica mesmo diante do otimismo visto nas bolsas de Nova York, após a divulgação do payroll, relatório oficial de geração de empregos urbanos nos EUA.
Na agenda de balanços, os destaques de hoje ficarão com os números trimestrais de Tim SA (BVMF:TIMS3), CCR SA (BVMF:CCRO3) e Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3).