SÃO PAULO (Reuters) - O mercado elevou a projeção para a inflação neste ano, praticamente colocando-a de volta dentro do intervalo da meta oficial, após aumentos importantes em alguns preços administrados, mas ainda acredita que a taxa básica de juros vai continuar recuando para nova mínima histórica.
Segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feia, a expectativa é de que o IPCA feche 2017 com alta de 2,98 por cento, contra estimativa anterior de 2,95 por cento. Com isso, a previsão para o IPCA aproximou-se do intervalo da meta do governo, que é de 4,5 por cento com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
O IPCA subiu mais do que o esperado em setembro, a 0,16 por cento, sobretudo por conta dos preços dos combustíveis diante da nova política de preços da Petrobras (SA:PETR4). Daqui para frente, também vai pesar na inflação as tarifas de energia elétrica, após a adoção da bandeira vermelha nível 2 pela primeira vez, o nível mais alto de custo.
Com isso, as estimativas de aumento dos preços administrados subiram a 6,60 por cento neste ano, sobre 6,50 por cento, mostrou o Focus.
O levantamento, que ouve a opinião de uma centena de analistas todas as semanas, mostrou ainda que as projeções para o IPCA em 2018 tiveram leve redução a 4,02 por cento, sobre 4,06 por cento antes.
Para a política monetária, diante de um BC que vem indicando encerramento gradual da flexibilização monetária, o levantamento semanal manteve a projeção de corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros neste mês.
A Selic está atualmente em 8,25 por cento após ter sido reduzida pela última vez em 1 ponto percentual. Tanto para este ano quanto para o próximo permaneceu a expectativa de que a taxa irá a 7 por cento, abaixo da mínima histórica de 7,25 por cento.
O Focus mostrou ainda que as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foram mantidas em 0,70 por cento neste ano e levemente elevadas a 2,43 por cento em 2018, sobre 2,38 por cento.
(Por Patrícia Duarte)