(Reuters) - Operadores apostavam nesta sexta-feira que o Federal Reserve esperará pelo menos até junho para reduzir novamente a taxa de juros e encerrará seu ciclo de afrouxamento monetário logo em seguida, depois que dados mostraram que os empregadores criaram muito mais postos de trabalho do que o esperado em dezembro.
Os empregadores norte-americanos criaram 256.000 vagas de emprego no mês passado, bem acima do ganho de 160.000 esperado por economistas em pesquisa da Reuters, segundo o relatório do Departamento do Trabalho. A taxa de desemprego caiu de 4,2%, em novembro, para 4,1% no último mês do ano.
Antes do relatório de emprego mensal, os operadores apostavam que o Fed cortaria os juros em maio e projetavam cerca de 50% de chance de um segundo corte na taxa antes do final do ano.
As autoridades do Fed já haviam sinalizado em dezembro que provavelmente diminuiriam o ritmo de cortes neste ano, devido à inflação mais rígida do que o esperado, junto do aumento da incerteza sobre a promessa do presidente eleito Donald Trump de implementar tarifas de importação.
De acordo com analistas, os novos dados de emprego reforçam a necessidade de maior cautela.
"Se o mercado de trabalho continuar assim e Trump implementar suas políticas tarifárias, provavelmente teremos visto o fim do ciclo de afrouxamento", disse Peter Cardillo, economista-chefe de mercado da Spartan Capital Securities.
O Fed começou a reduzir os juros em setembro do ano passado com um corte de 50 ponto-base, em parte para proteger o mercado de trabalho do que, na época, parecia ser o início de uma desaceleração.
Em dezembro, quando o banco central reduziu a taxa para a faixa atual de 4,25% a 4,50%, esses temores haviam diminuído em grande parte e os membros disseram que achavam que o mercado de trabalho poderia estar próximo de outro ponto de inflexão.
"Com o otimismo das empresas tão alto e a improbabilidade de que a oferta de mão de obra continue crescendo de forma tão robusta, parece que o equilíbrio atual do mercado de trabalho tem mais probabilidade de se romper em direção à contratação do que à demissão", disse o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, em comentários recentes.
(Por Ann Saphir, Stephen Culp e Howard Schneider)