Governo reduz contenção de gastos de ministérios em R$20,6 bi e vê cumprimento da meta fiscal este ano
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de açúcar do centro-sul do Brasil recuou 10,2% na primeira quinzena de agosto ante o mesmo período de 2023, para 3,1 milhões de toneladas, com as condições climáticas impondo dificuldades para o setor produzir o adoçante no período, informou nesta quarta-feira a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
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Já a moagem de cana do centro-sul caiu 8,57% na primeira parte do mês na mesma comparação, para 43,8 milhões de toneladas, segundo a associação que representa as usinas.
Os números ficaram abaixo das estimativas de mercado, já que analistas consultados pela S&P Global Commodity Insights previam que a produção de açúcar cairia para 3,29 milhões de toneladas e a moagem totalizaria 45,79 milhões de toneladas no período.
A produção de etanol do centro-sul caiu menos, 2,19% na primeira quinzena, para 2,295 bilhões de litros, à medida que as vendas estão crescentes, segundo a Unica.
A associação citou dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), que apontaram queda de 12% na produtividade da cana-de-açúcar colhida em julho no centro-sul do Brasil.
O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, disse em nota que desde o início da safra as condições climáticas registradas para o desenvolvimento da lavoura prejudicaram a concentração de sacarose e impuseram limitações à fabricação de açúcar.
Com efeito, na última quinzena "apenas" 49,27% da matéria-prima disponível foi direcionada para a produção de açúcar, ante 50,82% observados no mesmo período da safra 2023/2024.
Rodrigues esclareceu que a retração de moagem observada na primeira metade de agosto não tem relação com os incêndios, que impactaram parte das lavouras após o fechamento da quinzena.
Nos primeiros quinze dias de agosto, as vendas de etanol totalizaram 1,49 bilhão de litros, alta de 12,66% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024.
"Os dados quinzenais de vendas das unidades do Centro-Sul mantêm tendência observada desde o início do ano, refletindo a opção do consumidor pelo biocombustível", disse Rodrigues.
(Por Luana Maria Benedito, Roberto Samora, Gabriel Araujo)