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LISBOA (Reuters) - O Partido Socialista, oposição em Portugal, se absterá na votação geral sobre o orçamento de 2026 do governo minoritário de centro-direita, o que deve ser suficiente para aprovar o projeto de lei em sua primeira leitura em 28 de outubro, disse o líder socialista nesta quarta-feira.
José Luís Carneiro disse que seu partido "não será um fator de instabilidade política e será uma oposição firme, mas também construtiva e responsável".
Os analistas esperavam essa postura após a eleição parlamentar antecipada de maio, na qual os socialistas perderam muitas cadeiras e ficaram em terceiro lugar, atrás do partido de extrema-direita Chega, como forma de evitar o risco de outra votação antecipada que poderia ser impopular.
"Na votação geral, vamos nos abster, vamos garantir a estabilidade política em nosso país nesta fase", disse Carneiro aos repórteres, acrescentando que os socialistas manterão sua posição na votação final, a menos que o governo altere o projeto de lei nas comissões parlamentares.
A votação final está marcada para 27 de novembro.
A abstenção dos 58 deputados socialistas no Parlamento de 230 assentos significa que a coalizão governista, com 91 assentos, pode aprovar o orçamento sem entrar em negociações com o frequentemente imprevisível Chega, que tem 60 deputados.
O líder do Chega, André Ventura, disse que já sabia que os socialistas haviam "se vendido" ao governo, classificando a medida como tática política.
O governo divulgou seu projeto de orçamento para 2026 na quinta-feira, prevendo um crescimento econômico ligeiramente mais forte e um pequeno superávit pelo quarto ano consecutivo, apesar dos novos cortes de impostos para empresas e famílias de baixa renda.
O projeto de lei prevê que a economia cresça 2,3% em 2026, após uma expansão prevista de 2,0% este ano, ligeiramente acima da previsão do Banco de Portugal de crescimento de 2,2% em 2026.
(Reportagem de Sergio Gonçalves)