Taxas dos DIs caem sob influência do exterior e de Galípolo

Publicado 24.11.2025, 16:44
Atualizado 24.11.2025, 16:49
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em baixa, repercutindo comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior, enquanto a Receita Federal anunciou uma arrecadação recorde em outubro.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 12,83%, em baixa de 9 pontos-base ante o ajuste de 12,915% da sessão anterior. Na ponta longa da curva, a taxa para janeiro de 2035 marcava 13,395%, em queda de 4 pontos-base ante 13,433%.

Na sexta-feira, apostas de que o Federal Reserve cortará sua taxa de juros em dezembro voltaram a ser majoritárias no mercado de títulos norte-americano, invertendo a precificação anterior.

Nesta tarde de segunda-feira, conforme a Ferramenta CME FedWatch, o mercado precificava 80,9% de probabilidade de corte de 25 pontos-base, contra 19,1% de chance de manutenção na faixa de 3,75% a 4,00%.

Neste cenário, os rendimentos dos Treasuries cediam, o que trouxe um viés de baixa para as taxas dos DIs no Brasil. Este movimento se intensificou após comentários de Galípolo em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no começo da tarde. Ele afirmou que a diretoria do BC ainda está insatisfeita com o nível da inflação, que ainda não convergiu para a meta de 3%, e acrescentou que é por isso que os juros seguem em patamar restritivo.

"Gostaríamos que a inflação estivesse convergindo mais rápido, mas existe um custo, um trade-off" para fazer isso, afirmou Galípolo.

A taxa básica Selic está atualmente em 15% ao ano, mas os agentes do mercado financeiro especulam sobre quando o BC iniciará o ciclo de cortes, considerando o processo de desinflação no Brasil.

No boletim Focus divulgado pela manhã, a mediana das projeções dos economistas do mercado para a Selic no fim deste ano seguiu em 15%, mas para o fim de 2026 cedeu de 12,25% para 12,00%. A inflação projetada para este ano passou de 4,46% para 4,45%, enquanto para o próximo ano foi de 4,20% para 4,18%.

A fala de Galípolo, apesar de repetir as mensagens mais recentes da autoridade monetária, ajudou a aprofundar o viés negativo para as taxas dos DIs, conforme dois profissionais ouvidos pela Reuters.

Também pela manhã, a Receita Federal informou que a arrecadação teve alta real de 0,92% em outubro sobre o mesmo mês do ano anterior, somando R$261,908 bilhões. Este é o maior patamar para outubro na série iniciada em 1995.

No acumulado de janeiro a outubro, a arrecadação federal foi de R$2,367 trilhões, ficando 3,20% acima do registrado nos primeiros dez meses de 2024. O valor também é recorde para o período.

No entanto, os dados da Receita indicam uma desaceleração dos ganhos da arrecadação nos últimos meses. Após atingir em julho um pico de 4,41% de alta acumulada no ano, o desempenho arrefeceu, indo a 3,73% em agosto, 3,49% em setembro e 3,20% em outubro.

No exterior, às 16h32, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 3 pontos-base, a 4,034%.

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